Nos anos 80 entrevistei vários pioneiros de Rolândia e entreguei o material por escrito no Museu Municipal. No mês passado fui lá no museu e requisitei cópias destes relatos para publicar aqui. Para a minha surpresa os relatos de alguns pioneiros foram perdidos. Entre eles o do pioneiro Antonio Cardoso. Bem, vou tentar relatar o que me lembro da sua entrevista. Estes dados foram confirmados pela viúva que reside ali próximo a linha do trem. Ele chegou em Rolândia em 1934 quando não havia praticamente nada por aqui. Só havia pequenas "picadas" no centro da cidade. Seu Antonio derrubou mata virgem "no machado" na Rua Monteiro Lobato em frente o "Souza Naves". ajudou a construir o Hotel Rolândia. Ele e seu pai abriram no enxadão o primeiro cemitério. Seu Antonio era um exímio caçador e sempre ia caçar pacas, cotias e "jacús" na proximidades da atual padaria do Miranda. Seu Antonio também ajudou a cavar no enxadão e pá o leito da estrada de ferro, de Cambé até a atual Estação. Lembro-me que o sr. Cardoso contou-me que os burros levavam as carroças com terra de um lugar para o outro, não precisando de ninguém para segurar as rédeas. Os burros descarregavam a terra e depois voltavam sozinhas para buscar mais. Seu Cardoso foi um dos primeiros funcionários do antigo Abatedouro de boi de Rolândia que ficava ali próximo do Manoel Muller.Seu Cardoso foi também nos anos 60 e 70 o responsável pela "Carrocinha" que pegava os cães abandonados na cidade. Ele era muito bom laçador. Cansei de torcer contra ele, mas na maiorias das vezes ele vencia e prendia os cães. Seu Cardoso era pai do Ladislau, meu amigo e meu irmão de fé.
JOSÉ CARLOS FARINA (HISTORIADOR)
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