Memoiren é uma longa e detalhada narrativa do estabelecimento de Ricardo Loeb-Caldenhof e de sua esposa Sylvia O. Loeb-Caldenhof na selva da Gleba Roland. Traz muitas referências do cotidiano da colônia e descreve de maneira minuciosa o desenvolvimento da cidade e de seus habitantes, imbricado por histórias pessoais. Começou a ser escrita em 1987 e foi terminada em abril de 1991, ano em que o autor completou 82 anos. Filho de uma proeminente família judia estabelecida na região de Hamm emigrou para Rolândia em 1938, e dedicou-se às atividades agrícolas em sua Fazenda Belmonte, já que havia cursado agronomia na Universidade de Bonn. Teve um papel aglutinador entre os refugiados pelas constantes visitas que fazia aos campos de cultivo e às residências, mas se sentia menosprezado entre os mais intelectualizados, por achar que estes consideravam a agricultura um trabalho braçal de homens rústicos e não dedicados à leitura e ao refinamento. Em sua narrativa, descreve a vida burguesa anterior à ascensão do Partido NacionalSocialista e a importância de sua família no contexto político-militar alemão durante o II Reich e a República de Weimar. Analisa a deteriorização da situação econômico-social e familiar da ascensão de Hitler até 1938, quando finalmente resolveu fugir para Rolândia, onde já estavam pessoas do círculo de relações de sua família. Rememora acontecimentos, pessoas e discussões, e expõe os motivos que fizeram permanecer no Brasil. A última parte de suas Memoiren é destinada aos acontecimentos que envolveram a Fazenda Belmonte, desde aumento, manutenção ou queda de produtividade até as viagens pelo Brasil para conhecer novos cultivares ou novas técnicas de cultivo. FONTES PARA A INVESTIGAÇÃO DAS IDENTIDADES E RELIGIOSIDADES JUDAICAS LONGE DO JUDAÍSMO INSTITUÍDO: O CASO DE ROLÂNDIA por Marco Antonio Neves Soares
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