terça-feira, 17 de janeiro de 2012

VÍDEO MEMORIAL DO IMIGRANTE - HOSPEDARIA DE SÃO PAULO

VENDAS ( EMPÓRIOS ) ANTIGOS - SECOS E MOLHADOS


VENDA DO DISTRITO DE GUARAVERA - ANTIGAMENTE MUITAS COMPRAS ERAM ENTREGUES ASSIM "EMBRULHADAS" EM JORNAL E AMARRADAS COM BARBANTE. O ARROZ, FEIJÃO ETC. ERA PESADO NA HORA. O ÓLEO ERA VENDIDO EM GARRAFAS. Micaela Orikasa - Reportagem local By FOLHA DE LONDRINA





quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BETO RICHA OFENDE OS PIONEIROS


SOU PÉ VERMELHO COM MUITO ORGULHO

Governador Beto Richa... Se você (permita-me chamá-lo assim por ser ainda jovem) tivesse o amor que eu ( e seu saudoso pai)  tenho pela terra vermelha do norte do Paraná não teria afirmado que a nossa região não tem vocação para industrializar-se. Ora, se não fosse o arrojo, a coragem, a capacidade e o trabalho do pioneiro não tínhamos transformado a floresta virgem em cidades progressistas como Londrina, Maringá, Cornélio, Arapongas e Rolândia e tão pouco tempo (80 anos).  Amamos Curitiba, mas veja governador que esta cidade precisou de  mais de 200 anos  para chegar onde chegou. Pelo ritmo do desenvolvimento do norte do Paraná não precisaremos de tanto tempo assim para superarmos Curitiba, pois afinal possuímos melhores terras,  melhor clima e um povo muito trabalhador. Gostaria que em nome de tudo o que o seu saudoso pai representa para o norte do Paraná que você repense o nosso potencial e importância para o Estado e para o Brasil. Eu sou pé vermelho e tenho muito orgulho disso. Viva o Norte do Paraná, o melhor lugar do mundo para se viver. JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA-PR.

sábado, 31 de dezembro de 2011

UMA VIAGEM DE TREM PELO NORTE DO PARANÁ


Uma viagem inesquecível

Aconteceu nos anos 70.  Eu, minha querida mãe e meu  primo    Toninho      (sempre presente em quase todas as minhas aventuras). Viagem de Rolândia à São Paulo onde fomos passear na casa de parentes. Saímos de Rolândia por volta das 21 horas. Tinha na época 16 anos. Tudo nesta viagem foi maravilhoso. Foi a minha primeira viagem de trem. Lembro-me da  ansiedade até que o trem apareceu com aqueles faróis poderosos, soltando fumaça e aquele barrulhão do motor. Meu coração acelerou. O chefe da estação que portava um bonito quepe bateu o sino de bronze anunciando oficialmente a chegada do trem. Embarcamos. Minha mãe ( que era a primeira vez que viajava sem a presença do meu saudoso pai) acenava chorando ao início da marcha do trem. Ficamos olhando o meu pai e irmãos na plataforma da estação até sumirem. Mal começou a viagem a minha mãe pegou um rosário e começou a rezar pedindo proteção para a viagem. A preocupação dela era que o meu tio João não estivesse esperando na Estação Sorocabana em São Paulo. Por volta da meia noite fiquei entendiado com a lentidão da viagem, e não conseguindo dormir com o balanço e barulho do atrito das rodas de aço nas  emendas dos trilhos, fui até o vagão refeitório onde comprei uma revista. Sentei ao lado de uma das mesas para ler. Pedi uma bebida e  um maço de cigarro. Minha mãe preocupada com a minha demora e já chorando achando que tinha caído para fora do trem, mandou o meu primo me procurar. Me encontrou lá no refeitório com toda pose, sentado, lendo, fumando e bebendo ao lado de dois garçons vestidos com ternos brancos. Sendo meu primo morador da roça ficou com vergonha de entrar ali, só acenou com a cabeça e voltou pra contar o que viu. Até hoje ele ri muito ao descrever esta cena.  Ao amanhecer  eu e meu primo fomos para o último vagão onde havia uma espécie de varanda. Eli fumando um cigarrinho íamos contemplando as belas paisagens. Os lavradores paravam de carpir ou arar a terra para acenar para nós. Nos sentíamos muito importantes ao recebermos estes acenos. Minha mãe continuava a rezar com o rosário na mão. Só parava para mandar o cobrador de bilhetes nos avisar para não irmos muito longe (como se isso fosse possível). A uma certa altura da viagem, já chegando em São Paulo, eu e meu primo ficamos na "paquera" em frente o vagão de sanitários. Estava encostado na porta do sanitário feminino quando, em uma curva, a porta abriu e eu fui arremessado para dentro. Acabei  machucando a perna com o impacto  no vaso sanitário (Ainda bem que não tinha nenhuma mulher lá dentro). Meu primo ri até hoje desta proeza. A viagem foi muito emocionante do começo ao fim. A parte ruim era aguentar o cobrador de cinco em cinco minutos querendo ver os bilhetes e os vendedores de revistas, jornais, sanduíches e pratos feitos. Eles passavam a todo instante gritando: - Olha o sanduíche... prato feito.. revistas.. (como coisa que a gente não sabia!...). Os cara eram reconhecíveis até no escuro. Portavam um paletó preto com o distintivo da RVPSC (Rede Viação Paraná Santa Catarina) e um quepe da mesma cor, com  emblema de bronze. Pareciam uns generais. Interessante que eram todos gordos. Eu acho que ele mais comiam aquela comida do que vendiam. A viagem durou uma noite mais  meio dia. A cada cinco minutos, quando enfim o trem embalava, tinham que parar... Mais uma estação. Daqui em São Paulo eu acho que haviam mais de 1.000 estações. Nunca vi coisa igual. Minha mãe quando viu o meu tio João nos esperando na Estação em meio a tanta gente só faltou pular em cima dele tamanha a alegria.  Saímos com o meu tio, carregando malas enormes em meio a multidão. Com medo de me perder do meu tio andei levando uns safanões, pois mesmo sem querer acabei acertando as canelas de alguns transeuntes. E as malas antigas eram feitas de uma material que parecia casco de tartaruga. Doía muito a pancada. Nunca tinha visto tanta gente junta. Parecia um formigueiro. Pensava: haja trens para levar todo mundo. Já ao lado do meu tio minha mãe agora ia rezando agradecendo o sucesso da viagem. Mas, falando sério, foi a viagem mais emocionante que tive na minha vida até hoje.  Dificilmente vou fazê-la de novo, pois nem mais trem de passageiros temos.  JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

OBS.: Na 1ª Foto o meu primo Toninho. Ele não é louco não. A foto foi tirada na festa de um casamento da família. É claro que tinha bebido um pouco.... Na 2ª um trem daquela época (museu do trem de Baurú)...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ANOS 60 EM ROLÂNDIA - TELEVIZINHO


TELEVIZINHO

Quando o sinal de TV chegou  em Rolândia pelas ondas da TV Coroados, canal 3, foi a maior sensação. Como o preço dos televisores era um absurdo para o maioria da população surgiu o televizinho. Nos primeiros anos eu e meus irmãos assistíamos televisão na casa do nosso amigo Aylton. Um dia chegamos na casa dele para mais uma sessão e o "pau estava comendo" lá dentro. Era briga de marido e mulher. Inicialmente não abriram a porta, mas como era dia do seriado Bonanza insistimos. A dona da casa abriu a porta e aos gritos disse: - "vocês não estão vendo que o ambiente aqui não está bom. Sumam daqui. Voltamos para  casa tristes e chorando por perdermos um episódio do faroeste, da qual éramos fãs. Meus pais se compadeceram de nós e como o meu pai também era fã do Bonanza deu um jeito  e comprou um televisor. Lembro-me até da marca... era Eletronic e era montado pelo saudoso Helmut Ditrich. Vinha com quatro pés de madeira torneada que eram parafusados em baixo do aparelho. Na primeiro dia ficamos na sala assistindo até o final da programação. Só que aí começamos a sofrer igual a vizinha briguenta com os televizinhos. Lembro-me que nos dias dos seriados Bonanza e National Kid  juntavam dezenas de pessoas em nossa casa. Meus tios e primos vinham do sítio e todos se ajeitavam como podiam. Tinha neguinho sentado no colo, no assoalho, na janela. Todos vibravam com as brigas e tiros dos Cartwright, Adam, Little Joe, Ross e Benjamin. Depois de algum tempo a prefeitura instalou um televisor público onde hoje temos aquela imensa árvore "ficheira". Todo o dia na "boca da noite" o funcionário vinha, abria a grade e ligava. Eram centenas de pessoas que vinham de todas as regiões e da zona rural. Era muito divertido, os jovens paqueravam, as crianças brincavam e os adultos conversavam. Ah... dava muito movimento para os pipoqueiros e sorveteiros. Apesar da grana cura era um tempo bom... era um povo feliz... sem vícios... sem drogas... tudo era romântico e divertido. Tenho saudade. JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA-PR.