quarta-feira, 3 de junho de 2015
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
PORQUE AMO ROLÂNDIA
Eu
amo Londrina... como amo também Rolândia e o norte do Paraná. Se tem
uma pessoa bairrista esta pessoa sou eu. Aqui é um lugar de fartura, de
gente trabalhadora e honesta. Quando viajo para fora do norte do Paraná
logo sinto saudade da terra vermelha e das nossas paisagens repletas de
soja, milho, feijão arroz e café. Quando vou chegando, já sinto-me
mais feliz ao contemplar as primeiras paisagens rurais. Mas, para
comemorar os 80 anos de Londrina, vou falar porque amo Londrina. Quando
pequeno meu saudoso pai levava eu, meus irmãos e minha mãe para passear
uma vez por ano em Londrina. Sempre no Natal... Meu pai aproveitava para
comprar com preços "mais em conta" os nossos presentes. Íamos de jipe
1951. Minha mãe, meu pai e minhas irmãs pequenas iam na frente... eu e
meus 3 irmãs atrás na caçamba. Quando chegávamos na entrada da cidade
meu pai mostrava para nós uma indústria de verdade: a empresa Cacique
de café solúvel... para nós era uma novidade... Rolândia nesta época só
tinha um pequeno comercio e empresas de beneficiamento de café e duas
serrarias. Ao entrarmos em Londrina em época de Natal ficávamos
encantados com tudo: mais carros nas ruas... os luminosos... as ruas
enfeitadas com luzes piscando... muitas pessoas... famílias inteiras
andando na ruas... era o clima de natal nos anos 60... Não sabíamos para
onde olhar. Tudo nos encantava... meu pai abria a porta traseira do
jipe e aquilo para nós era melhor que cinema. Pena que eu não tinha
filmadora na época.... Meu pai sempre estacionava o jipe ali na Av.
Sergipe, perto da Rodoviária. Já era difícil conseguir vaga naquela
época. Mas também todo mundo da região ia para Londrina para passear e
comprar os presentes e roupas e sapatos para as crianças. Meu pai, e 90%
da população, fazia as compras no "Armarinho Paulista" localizado quase
que em frente a rodoviária da Sergipe. Lá encontrávamos quase tudo o
que precisávamos. Minha mãe sofria muito dentro da loja. Tinha muita
gente fazendo compras. Ela tinha muito medo de perder um dos filhos. Ela
carregava a minha irmã Dolores no colo e eu e meus irmão tínhamos que
ficar de mãos dadas para não nos perdemos no meio daquela multidão.
Acontece que quando víamos os nossos brinquedos prediletos ficávamos
excitados e ai largávamos as mãos e cada um ia para um canto. Nesta hora
minha mãe aos gritos chamava os seus "pequeninhos" igual faz a galinha
com os seus pintinhos.. Zé Carlos... Paulo... Pedro... Marquinhos...
peguem nas mãos... venham aqui... dava bronca no meu saudoso pai: -
José... você também não ajuda. Cadê o Zé Carlos?... teve um dia que a
mocinha do microfone me localizou pelo alto falante... estava perdido e
chorando e ouvi a moça falando assim: - Atenção Zé Carlos.. sua mãe está
lhe esperando aqui no Caixa... Perguntei para alguém onde era o tal
Caixa que na época não sabia o que era... chegando lá minha mãe chorando
me abraçou e me entregou para o meu pai com a seguinte ordem: - Segura
ele Zé e vê se não o perde mais... meu pai ficou tão contente por ter me
encontrado que acabou me presenteando com um revólver de brinquedo da
"Estrela", com o coldre, espoletas de tiras, estrela do xerife e balas
de plástico. Era um dos meus sonhos. Fui crescendo e o meu amor por
Londrina também... chegou a época do vestibular... prestei vestibular e
passei para o curso de direito na UEL em 1975. Com o fechamento do
cinema em Rolândia frequentava os cinemas de Londrina ... cine Vila
Rica.. Ouro Verde.. agora mais recente os cinemas do Shopping Catuai.
Casei e minha segunda filha nasceu no Hospital Evangélico. Minha filha
mais velha casou e o meu genro foi contratado para lecionar do Colégio
Max e depois Sants James... sempre Londrina... Meu amor por Londrina é
tão grande que um dos meus vídeos de maior sucesso no YouTube é o "Sete
Locomotivas acelerando em Londrina". Falando em vídeos, para homenagear
para sempre a minha querida Londrina gravei alguns filmes com o nome
"Amo Londrina by Farina" onde me irmano com alguns londrinenses deixando
mensagens eternas do nosso amor por esta cidade e região. Recentemente
produzi um vídeo com o nome "Trem dos Pioneiros de Londrina" gravado na
antiga estação onde entrevistei um pioneiro de 1937. Neste dia deixei
algumas lágrimas pela emoção ao imaginar os pioneiros chegando e
começando do zero uma vida nova no meio da floresta virgem. Na hora da
narração a voz embargou... enxuguei a lágrima e continuei... que lugar
mágico aquela estação... aquele trem Maria Fumaça. Londrina deve tudo
aos pioneiros, aos ingleses e ao Trem. Sou neto, com muito orgulho, de
pioneiros, por parte de pai e de mãe. Meus avós estão sepultados em
Rolândia. Terminando quero deixar mais uma vez vez gravado neste texto o
meu amor e gratidão por esta região mágica em que nascemos, crescemos e
queremos um dia ser sepultado. ( não estou com pressa)... Se alguém das
atuais e futuras gerações lê-la e servir de exemplo e incentivo ficarei
imensamente feliz. Mas digo que vale a penar morar aqui... trabalhar...
viver... lutar e se preciso for morrer por Londrina e pelo Norte do
Paraná. JOSÉ CARLOS FARINA ( BLOG DO FARINA )
domingo, 14 de dezembro de 2014
Pioneiros de Rolândia e o trem Maria Fumaça ( 1936 )
ROLÂNDIA ( 1936 )
Em
1936, data provável da foto, Rolândia praticamente consistia da
Estação de Trens, o armazém geral da Cia. São Paulo / Paraná e uma
"meia dúzia" de casas de madeira. No rumo oeste apenas a mata...
Arapongas ainda não tinha surgido. Este trem era o elo de ligação da
cidade surgindo no meio da floresta e bichos e São Paulo, a grande
capital do Brasil. Chovesse ou
fizesse sol este trem chegava e partia todo o dia. Trazendo sonhos...
vidas... e
levando as nossas riquezas... o fruto do trabalho dos heróis pioneiros.
Devemos tudo aos ingleses e aos pioneiros
destemidos, fortes e corajosos. A nossa gratidão eterna. Deus abençoe
Rolândia e o norte do Paraná. Terra de valentes... de gente trabalhadora
e honrada. JOSÉ CARLOS
FARINA
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