terça-feira, 31 de maio de 2011

JUVENTUDE DOS ANOS 70 EM ROLÂNDIA

FORAM POUCAS MAS BOAS AVENTURAS
EU ERA FELIZ E NÃO SABIA (OU SABIA?)




 No meu tempo de jovem (não faz muito tempo não..risos) qualquer pessoa podia sair à noite ou de madrugada e nunca acontecia nada. A gente andava "duro" mas podia se divertir a vontade. Íamos aos bailes, voltávamos de madrugada e tudo era romantico e inocente. Havia sim rivalidade entre os jovens de cambé com os de Rolândia. Uma vez saímos em disparada com a TL do meu primo com os caras de cambé "metendo bala" em nós. Meu primo (Toninho L....) naquele dia dirigiu melhor que o Rubinho Barrichelo...(risos) Fazia curvas com duas rodas no ar, Eu que estava atrás era o "balanço" para o carro não caporar (risos). Ele correu tanto que fomos parar no Deizinho do Vermelho. Tinha um baile lá, desses de sanfona, aí o Toninho ergueu o vidro (era só poeira) e perguntou:  que lugar é esse aqui? O cara lá de fora (devia estar bêbado) respondeu: - Não fala assim não!..."Ocê tá no famoso Deizinho e não folga não que nóis não gostamos de forasteiros"!..Pronto!...Nem precisou falar mais nada...O Toninho engatou uma primeira e saiu jogando pó no cara do homem (ainda bem que ele nao estava armado risos...). Acabamos saindo no Bartira onde tinha um outro baile. Là foi tudo bem..passeamos na praça...paqueramos um pouco e depois voltamos para Rolândia.O máximo que fazíamos de loucuras era roubar pão e leite que eram deixados nas casas de madrugada. Quando a dona da casa acordava era só ir lá na varanda e pegar o pão quentinho e o leite natural da fazenda (quando algum filha da mãe não furtava...(risos). Na cidade toda havia no máximo uns vinte maconheiros...Uns caras da paz. Andavam sempre juntos e nao incomadavam ninguém. Só paz e amor (risos). Uma vez eu e dois primos fomos de táxi a um baile no Caramurú. Depois de chorarmos bastante a "corrida", cada um deu a sua parte da despesa. Mas só tínhamos o dinheiro para ir... Ficamos até de madrugada e depois voltamos a pé tentando pegar carona. Era noite de lua cheia....viemos contando causos e "proezas" e acabamos chegando. E é claro ninguém deu carona. Também naquela hora da madrugada quem iria parar para três rapazes cambaleando de tanto tomar "rabo de galo!....(risos) Nesta madrugada este mesmo primo, o toninho,   aprontou uma que eu nem conto....(Não!...conto sim)...passou um caminhão cheio de rapazes e moças....dedamos para pedir carona...além de não parar os caras começaram a gozar da nossa cara...(nos chingaram de bêbados). O meu primo pegou um torrão de terra e jogou... Minha nossa!...Que burrada!......os caras pediram para o motorista do caminhão parar e vieram pra cima de nós igual um vespeiro....nunca corri tanto....corremos do Pinheirão até a ponte do Cafezal...to cansado até hoje... (eu não sabia que era bom de pernas)...Deve ser a adrenalina. Na época nem sabia que medo tinha esse nome...(risos). A uma certa altura um dos caras gritou "lá vai bala"...olhei de lado e o meu primo Toninho estava correndo em zigue - zague...perguntei: - o que vc está fazendo? ele respondeu: - nao tá vendo ....é pras balas não acertar...aí os três começaram a correr em zigue e zague....(risos).  É...são boas lembranças...ainda bem que o cara atirou pra cima...Ou ele estava bêbado também, porque só ouvi os tiros, graças a Deus...(risos) Mas na dúvida corremos uns 5 quilometros sem olhar para trás..Êta povo valente sô!....(risos)
(Texto e foto de  José carlos farina - Advogado - Rolândia -Pr. )

sexta-feira, 13 de maio de 2011

PRAÇA CASTELO BRANCO - EX-BENTO MUNHOZ - ROLÂNDIA-PR.

EU ERA FELIZ E NÃO SABIA
(Foto da família Farina)
Lendo agora pouco a belíssima crônica do meu colega Horácio Negrão sobre a praça Castelo Branco e a Estátua do Roland, lembrei-me da minha infância em Rolândia no início dos anos 60. Não sou muito antigo não mas tenho na minha mente que a antiga praça Castelo Branco (ex-Bento Munhoz), antes da reforma, era um lugar encantado para mim. Minha mãe costumava levar eu e meus irmãos aos domingos para passear ali depois da matinê do Cine Rolândia. A   praça era o "point" de Rolândia. Como não existia ainda televisão a maior parte da população ficava passeando a pé no trajeto da igreja matriz até a citada praça. Os casados com suas esposas e filhos e os solteiros só na "paquera".  As pessoas colocavam suas melhores roupas. Era um verdadeiro desfile de moda. Lembro-me que minha mãe usando saia "plissada". Ela ficava linda e muito elegante vestindo-se assim. Eu e meus irmãos tínhamos terninhos com calças curtas e jaquetas. Modéstia à parte éramos crianças bonitas (até para os padrões de hoje). Ficamos feios com o passar do tempo....(risos). No centro da praça havia o famoso coreto conhecido como tartaruga. Ele era lindo e era a marca registrada do lugar. Se eu fosse o prefeito da época (Primo Lepri) jamais o teria desmanchado. Em cima do coreto havia uma grande corneta onde um "speak"  tocava músicas e mandava recados para os namorados. Não faltava pipoqueiros. Naquele tempo era chique comer pipoca na praça (risos). Lembro-me que entre os arranjos de flores e gramados haviam passarelas cobertas de pó de pedra. Conforme andávamos ouvíamos o barulho do atrito dos sapatos com as pedrinhas. Haviam muitos bancos de "marmorite" com a estampa dos patrocinadores. A antiga festa das nações era feita ali na Avenida Tiradentes e a  praça integrava o ambiente. No local havia um grande relógio que ainda pode ser visto ao lado da Estátua do Roland, só que na época funcionava. A Estátua do Roland estava fixada onde hoje temos o chafariz. As crianças amavam ficar olhando para ela e imaginado cenas de guerra e o guerreiro cortando as pessoas pela metade com aquela enorme espada (risos). Do lado da estátua depois de alguns anos colocaram um Televisor. A Tv ficava protegida com grade de ferro. Do lado a antena (e nunca houve furto). As 18 horas vinha um funcionário da prefeitura e ligava a Tv para o delírio da grande pláteia que comendo pipocas gritavam torcendo para os mocinhos do "Bonanza"...(risos). Na hora da novela só se via mulheres chorando com os diálogos de amor de João Coragem e Diana e enxugando as lágrimas. (risos). Do lado esquerdo, em frente a atual sorveteria, havia uma carreira de árvores "santas bárbaras". Hoje sobrou apenas uma delas....Embaixo destas "santas bárbaras" tinha um parquinho infantil. Lembro-me de um grande balanço e as crianças fazendo fila para brincar. A praça não era cortada no meio como agora. Ela pegava a quadra inteira. Quando o trem chegava na estação (ao lado da praça) a maioria corria para lá para ver quem chegou e quem ia embarcar. Era chique dar "tchau" para quem estava saindo de viagem (risos). Algum tempo depois no governo Primo Lepre a praça foi remodelada. Ela foi cortada no meio. Levaram o Roland lá para baixo (não sei porque - risos). Colocaram  pequenos tanques para peixes e um viveiro com alguns animais e pássaros. A sensação da nova praça, agora Castelo Branco, foram as luminárias siemens importadas da alemanha com seus super-postes com mais de 30 metros de altura. Para vocês terem uma idéia, estas lâmpadas clareavam até lá na casa dos meus pais (próximo ao campo do Nacional)...E não é mentira não (risos). Hoje, após a segunda remodelação, posso dizer que se não fosse o empenho dos ambientalistas tinha sobrado poucas árvores no local. Não existe praça sem árvores. Queriam cortar quase tudo. Tivemos que brigar muito. O  meu desejo agora é que a população descubra novamente o romantismo de passear na praça e levar as crianças para brincar. São lembranças que nunca serão esquecidas. Viva a praça!....Viva o verde!....JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO - ROLÂNDIA - PR.

terça-feira, 10 de maio de 2011

COLONIZAÇÃO JUDAICA EM ROLÂNDIA - PR. BRAZIL

COLONIA JUDAICA EM ROLÂNDIA - PR.

Rolândia (PR), fundada em 29 de junho de 1934,
tornou-se destino de judeus alemães. “Stadtplatz”, era assim que os judeus
chamavam Rolândia, na década de 1930, quando nas ruas ou se afundava na
lama quando chovia, ou se afundava no pó. Desde 1933 até 1939, das 400
famílias de origem alemã que se estabeleceram em Rolândia, cerca de oitenta
eram de origem judaica. A presença de alemães é tão intensa que o nome da
cidade pressupõe uma referência a Roland o herói imaginário da liberdade,
com uma estátua em praça pública tal como ocorre em muitas cidades alemãs.
Aliás, essa estátua é uma réplica de outra instalada em Bremem.
Foi realizado um intercâmbio entre a Companhia de Terras Norte do
Paraná e os imigrantes. A imigração era garantida através de uma troca, em
que o capital desses imigrantes era incorporado aos bancos a fim de
transformá-los em equipamentos para a construção da estrada de ferro. Em
troca os judeus alemães se livravam da morte. Autora Haudrey Miranda Paiva.

COLONIA JUDAICA EM ROLÂNDIA - PR.

POVO PRÓSPERO

90% dos imigrantes de origem judaica que aqui chegaram eram cultos e vieram com boas somas de dinheiro. Compraram fazendas...pagaram para os brasileiros derrubar a  floresta (geralmente mineiros e baianos)...A maioria viajava todo o ano para a Europa...Sempre tiveram empregados...Casas confortáveis com chuveiros, bibliotecas imensas...belos jardins...piscinas....bosques.... banheiras e  água quente...bons carros...boas roupas...bons cavalos de sela e de tração...Faziam festas e saraus  muitas vezes com orquestras. Eles eram muitos cultos e sentiam necessidade de se inteirar com as novidades da literatura e da música no Velho Mundo. Tivemos uns poucos descendentes desta colonia que se dedicaram ao comércio, a ex. da Casa Caviuna e Casa Mozer. "Os descendentes de Abraão serão prósperos em tudo o que fizerem e terão longevidade"....(Na foto vemos um modelo de casa alemã/judaico das fazendas de Rolândia) JOSÉ CARLOS FARINA.
*OBS.: RECEBI A SEGUINTE COLABORAÇÃO DO MEU SOBRINHO PAULO AUGUSTO FARINA:
"Após a ascenção do nacional socialismo dos trabalhadores alemães (nazismo), todos os bens judaicos (incluindo os capitais) foram congelados. Não havia como sair da Alemanha com as supostas "altas quantias em dinheiro". Assim sendo e, isto é confirmado por inúmeros estudos e documentos, os judeus-alemães compraram aço em siderurgias alemãs (em nome da Companhia de Terras Inglesa) que foram empregados na contrução de nossa Ferrovia. Em troca receberam os títulos das terras. A este propósito ler Rolândia, Terra Prometida de Ethel Kosminsky e A Travessia da Terra Vermelha de Lucius de Mello."

RÉPLICA: Há muitas exceções é claro, mas, a grande maioria dos colonizadores de ascendência judaica que compraram fazendas em Rolândia através deste procedimento (troca de dinheiro lá na Alemanha por trilhos da R.V.P.S.P. e que por sua vez gerava créditos para a compra de terras aqui em Rolândia) levavam uma vida abastada sim. Bom para eles. Trabalharam e juntaram dinheiro para gozar a vida a partir da 3ª idade. Todos deveriam agir igual. E para que ninguém  pense que sou contra este heróico povo digo que o pastor da minha igreja  aconselhou-me a ser amigos dos israelitas que são "a menina dos olhos de Deus". Ai de quem ferir ou perseguir o Povo Escolhido...Conforme já anotei acima a prosperidade do povo hebreu tem haver com a benção dado por Deus a Abraão e todo a sua descendencia. (Gênesis 12) Eu creio na Palavra de Deus. "Eu fui moço, hoje sou velho, mas, jamais vi um justo mendigar o pão." (Salmos 37:25) JOSÉ CARLOS FARINA

sábado, 7 de maio de 2011

JOSÉ FARINA FILHO E O NAC ( NACIONAL ) DE ROLÂNDIA

O MAIOR FANÁTICO DO NAC


Depois que o grande zaqueiro Diógenes dos anos 60 do NAC concedeu-me uma entrevista no Youtube falando entre outras coisas que meu saudoso pai, José Farina Filho, era o maior fanático do Nacional de todos os tempos é que me toquei de tudo o que ele fez pro NAC. Em uma outra entrevista no Youtube o inesquecível  Léco falou que foi o meu pai quem o buscou em Rancharia para jogar em Rolândia. Ele se deu tão bem que casou e prosperou aqui em nossa cidade. Lembrei-me também que durante a sua vida toda nunca conseguiu ficar em casa aos domingos em dias de jogos do Nacional. Ele sempre ligava para mim e meus irmãos e falava assim; -  O Zé Carlos, o que que você vai fazer depois do almoço? Você não quer ir comigo assistir o Nacional em Ponta-Grossa? Outra vez era Jarezezinho... Cianorte... Wancelaslau Braz... Maringá... Colorado... Paranavaí... Cornélio... São Carlos do Ivai.... Maringá...Londrina.... Apucarana... Arapongas... Enfim... Em todo Paraná. Uma vez respondi pra ele: - Ô Pai, Wanceslau  Braz, onde é isso? Ele respondeu: - Fica perto de Jacarezinho. Faz tempo que eu não vou lá... Eu tô com saudade de passear lá... Vamos aproveitar e passear. E tinha jeito de falar não para ele? E lá íamos...Ele...eu e meis irmãos. Era a sua principal diversão. Um amendoim e o rádinho de pilha grudado no ouvido. Na volta vinhamos ouvindo os locutores de fora comentando o jogo. Quando o Nacional vencia era só alegria, mas quando perdia ele comentava: "O juiz é caseiro, não marcou nenhuma falta a nosso favor, só pra eles". Os locutores da Rádio Tavares, Motta, Gerado Borges e o Zé de Paula sempre ficavam surpresos ao nos verem indo tão longe torcer pro NAC. Descanse em paz meu pai. Espero que aí no Céu você possa rememorar as boas jogadas dos seus amigos Niquinho, Eli, Jamil, Paulista, Perazolo, Pagão....TEXTO e FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA