sexta-feira, 6 de julho de 2012

MADEIRAS DO HOTEL ROLÂNDIA


Recebi um comunicado do vereador Fábio Nogaroto afirmando que o secretário João Campaner respondeu um pedido de informações dele endereçado ao prefeito onde indagou sobre onde estão guardadas as madeiras do Hotel Rolândia. O referido secretário informou que as mesmas estão no pátio do prefeitura. Em uma resposta muito curta não foi mencionado se as mesmas estão em local coberto e recebendo cuidados contra umidade, cupim e "empenamento".  Para quem não sabe este que vos escreve descobriu que o Hotel Rolândia havia sido vendido e que as madeiras iram virar caixaria de construção civil. Foi quando ajuizei uma ação popular contra o prefeito. Após a ação a prefeitura cassou o alvará de demolição e acabou adquirindo as madeiras para reconstruir o Hotel ao lado da Estação de Trens. Só que passado um ano nada foi feito e não se sabe o estado de conservação das madeiras e se as mesmas estão seguras contra roubo, umidade e incêndio. A ação popular ainda não foi julgada. TEXTO e FOTO dE JOSÉ CARLOS FARINA

sábado, 5 de maio de 2012

AMADEU PUCINE E O CHURRASCO DO PRB


AMADEU PUCCINE

Há muito tempo entrevistei o saudoso Amadeu Puccine em meu escritório. Entre outras historias ele contou uma sobre um capitão de polícia que obrigava todo mundo a se filiar e trabalhar para o PRB. Ele era filiado ao PTB e não aceitava imposição de ninguém. Uma vez o pessoal do PRB fez um churrasco lá pelos lados de Sao Rafael e o convidou. Ele aceitou. O levaram de camionete. Estavam ele e outros convidados em cima da carroceria. Chegando ao local Amadeu viu o tal capitão agredindo pessoal (torturando) para que assinassem a ficha daquele partido. Ai, o nosso político botinudo (como era conhecido) fugiu e veio a pé embora, sem provar do churrasco do PRB. Tinha (e tenho) admiração por Amadeu Puccine. Grande alma. Grande cidadão. Grande político. Político honesto. Serviu e serve de exemplo até hoje. JOSÉ CARLOS FARINA

sexta-feira, 4 de maio de 2012

ROLANDIA ANTIGA - VENDAS DE SECOS E MOLHADOS




SECOS  e  MOLHADOS

Da época da fundação de Rolândia até o final dos  anos 70 não havia supermercados, mas apenas vendas ou empórios. As vendas ou empórios (secos e molhados) eram pequenos  supermercados que vendiam arroz, feijão, batata,  tomates, cebola, alho, sardinha salgada, etc. por quilo. Tinha armários  cheios destes alimentos. O dono da venda pegava uma espécie de conha de lata e enchia sacos de papel de acordo com a quantidade. O óleo era as vezes vendido por litro ( o cliente trazia o litro de casa).  A pessoa levava um litro que era enchido na hora. Tinha também o óleo envazado em latas quadradas de um litro. Mercadorias do tipo iogurte, sorvete, patê, presunto, mussarela, frutas frescas era difícil de encontrar. Por ex. maçã, vc se encontrava em quitandas especializadas, pois as mesmas eram importadas da argentina e custavam uma fortuna. A maioria das famílias só compravam maçã pra dar pra pessoa doente. Verduras e legumes eram comprados nas feiras livres, mas a maioria das famílias cultivavam  hortas caseiras. Minha mãe sempre teve a sua (até hoje né dona Sebastiana?) Sempre tivemos fartura de verduras. Muitas vezes eu e meus irmãos saíamos vendendo  na vizinhança levando-as em cestos. Com o  dinheiro das vendas comprávamos sorvetes ou outras guloseimas.  Estas vendas ou empórios vendiam também sardinha ou manjubinhas salgadas, bombinhas de são João, paçoquinha, bolinhas de vidro, querosene em latas de 5 litros. Bolachas ou biscoitos só tinha de um tipo (biscoito Maria).  Macarrão era difícil encontrar mais que uma marca. Algumas vendas ficaram famosas porque vendiam também picolés de grozelha. A molecada fazia a festa. A maioria dos clientes levavam cadernetas e marcavam as compras "fiado", ou seja para pagar no final do mês. As vendas que eu me lembro era a do Português, o verdão que depois virou mini-mercado, a Primavera. Minha mãe mandava eu comprar numa venda que ficava na esquina da prefeitura, onde hoje é o escritório do meu irmão Paulo.  Coca-cola e guaraná a maioria das famílias só consumiam em dias especiais como Natal, Ano Novo e Páscoa. Em ocasiões de festas o refrigerante servido era sempre o guaraná da Antártica. Algumas vezes tomávamos também Crush e Grapete.  Havia muita fartura de produtos colhidos aqui na região, ex. laranja, verdura, legumes, arroz, feijão.  Hoje, graças a Deus quase todas as  famílias podem consumir toda semana coca-cola, guaraná, sorvetes, frutas diversas, queijos, carne, etc. O único problema sério hoje (e põe sério) é o aumento dos assaltos e assassinatos. JOSÉ CARLOS FARINA

segunda-feira, 30 de abril de 2012

ROLÂNDIA - PRIMO LEPRI E CURITIBA

PRIMO LEPRE


Relato de um amigo de primo (W.M.) ocorrida nos primeiros anos da década de 60. Por algumas vezes Primo o convidou para acompanhá-lo em viagens à Curitiba para contatos com o governador. Era viagens duras. Primo Lepri ia dirigindo pessoalmente o veículo oficial da prefeitura (uma Rural Willys). A estrada daqui lá era de terra. A Viagem demorava uma noite inteira. Para que Primo Lepre não dormisse no volante "W.M." ia conversando, "puxando assunto". Chegava a uma certa altura Primo, que era um excelente cantor, começava uma cantoria. Em algumas músicas que "w.m." conhecia o acompanhava. Foram bons tempos. Os políticos tinham mais amor e dedicação pelo município. JOSÉ CARLOS FARINA

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O HOMEM MAIS CORAJOSO DE ROLÂNDIA


SEBASTIÃO ULIAN
De saudosa mémoria era um homem muito honesto, trabalhador e bom chefe de família. Tive o prazer de ser seu amigo e captar dele algumas "estórias". Antes que alguém fale que as "estórias" são mentirosas digo de antemão que todas foram confirmadas por familiares e pessoas que conviveram com ele. 
Sebastião foi pioneiro em Rolândia-Pr. tendo chegado na década de 30. Em um determinado dia um dos seus vizinhos de lote (próximo da 1ª ponte do Caramurú) estava andando próximo ao rio e ouviu um barulho de alguém cortando lenha... Pan... pan.. pan... Procurou... procurou... e nada... até que olhou para cima. Lá estava o seu Sebastião em pé em cima de um dos galhos de uma enorme peroba usando o machado. O  vizinho com medo que ele caísse ficou quietinho olhando escondido, quase sem respirar. E assim viu que o seu Sebastião estava tirando um ninho de papagaio para pegar os filhotes. O medo era porque o seu Sebastião estava em pé do lado em que o galho iria cair. Mas deu tudo certo e ele pegou os filhotes de papagaio e desceu sem nenhum problema.
Em 1968 o prefeito Primo Lepri ordenou uma reforma total na praça Castelo Branco mandando destruir um lindo coreto que tínhamos lá em forma de tartaruga e no lugar foi instalado dois super postes  com lâmpadas enormes vindas da Alemanha. Estas duas lâmpadas sozinhas iluminavam toda a praça e até um raio de mais ou menos 500 metros do entorno. Para a instalação deste equipamento foi erguido enormes andaimes de  madeira com cerca de 30 metros de altura. Em um determinado dia os operários se descuidaram e adivinhem quem subiu até o fim do andaime e ficou em pé na última viga e acenou com o chapéu para cumprimentar o grande público presente? O engenheiro alemão quando viu o seu Sebastião em pé lá em cima ficou louco de raiva e já pensou que era um doido querendo se suicidar. Mas foi tudo bem e quando ele desceu foi cumprimentado como herói pelo público. A mesma façanha o seu Sebastião repetiu quando estavam instalando o telhado da igreja matriz. Ele me contou que lá também ficou em pé na última viga, e andando para lá e para cá cumprimentou o público abanando o chapéu.
O mesmo vizinho que me contou a estória dos papagaios  contou que no sítio do seu Sebastião tinha um touro que vivia dando "carrerão" nas pessoas. Um dia este touro correu atrás do seu Sebastião.... pra que?... se fosse outro teria corrido, mas o seu sebastião resolveu pegá-lo "a unha". Seu Sebastião agarrou-o pelos chifres e foi arrastado por muitos metros. Lutou... lutou.. até que o derrubou por um barranco ao lado do rio. E assim forma parar lá no riacho o seu Sebastião e o touro bravo. Diz a lenda que daquele dia em diante o touro só "bufava" e cavucava a terra com as patas quando ele passava, mas nunca mais deu "carreirão".  O touro marcou bem a fisionomia do seu Sebastião. Depois ficaram bons amigos.
Um dia o Sr. Nahin Adas, de saudosa memória, sem querer deixou cair os documentos em uma fossa em uso e contratou o seu Sebastião para o resgate. Chegando lá ele já foi descendo para o fundo da fossa sem usar cordas ou escadas. Ele era tão forte que conseguia descer pelo barranco usando as mãos e pernas. Desceu e subiu em poucos minutos trazendo de lá os documentos. Um pouco sujos mas trouxe. O Sr. Nahin quase desmaiou com medo que ele se afogasse. Ele não tinha nojo de nada. Uma pessoa o contratou para desentupir um esgoto. Chegando ao local foi logo enfiando a mão no tubo e tirando de lá sujeira de banheiro. O dono do serviço correu e lhe deu uma luva. Ele recusou e disse: - "eu não tenho nojo de nada... isso aqui (olhando para o cocô) é a nossa natureza... um dia todos vamos virar comida pra verme."
O Sr. Sebastião criava abelhas. Um dos seus vizinhos ( aqui próximo a saída para a represa do Ingá) reclamou contra ele na prefeitura e assim o fiscal passou lá para notificá-lo. Quando o fiscal chegou se apresentou como fiscal municipal. O seu Sebastião falou assim: - "Ah é... o senhor é fiscar municipar?... pois eu sou fiscar federar... Ponha-se daqui para fora porque as minhas abelhinhas não fazem mal pra ninguém"... E o vizinho ainda teve que ouvir umas boas.
Um dia estávamos conversando na varanda da minha casa e apareceu uma aranha de porte grande. Peguei o chinelo para matá-la mas seu Sebastião me impediu. Foi até a aranha, pegou-a com a mão e levando para perto do seu rosto começou a conversar com ela: - "Olha o Farina é meu amigo e tem medo de você então eu te peço que vai embora e não faça mal pra ele." Depois soltou a aranha na grama do jardim e ela se foi.
O seu Sebastião demandou na justiça contra um parente. Problemas com partilha de herança. Quando saiu a sentença favorável a ele, comprou uma caixa de foguetes, e andando de bicicleta em volta do Fórum, soltou um por um sem falar para ninguém os motivos de tal ato. Todos pensavam que se tratava de um maluco.
JOSÉ CARLOS FARINA

RELATO DE PIONEIRO - AGRADECIMENTO


há ± 1 hora
  • Muito obrigada pela entrevista e pelo seu blog . Com muito orgulho assisti minha tia falar do seu amor pela nossa querida Rolândia! Pessoas que aqui chegaram e ajudaram a construir nossa cidade. Tia Antonia com seus 86 anos tão lúcida e querida. Obrigada por resgatar estas lembranças. 

sábado, 14 de abril de 2012

VÍDEO ENTREVISTA COM O PIONEIRO ALCIR FRANZONI - MINEIRO

HOSPITAL ALEMÃO - RELATO DE PIONEIRO


ANTONIO MALLY:
Como pedreiro participou da construção do hospital em 1944 tendo sido um dos encarregados da rede hidráulica, assentamento de piso e acabamentos dos 40 quarto e 13 banheiros. "O dr. Bär trabalhava de dia e de noite.  Ele fazia cerca de 60 consultas por dia e a noite ele fazia cirurgias. Antonio diz que foi uma pena ver esta demolição. O Dr. Bär lutou tanto por este hospital, mas agora que ele está morto e o seu prédio foi demolido. Mas para dar lugar ao novo." O hospital funcionou por cerca de 30 anos.
FONTE: JORNAL MANCHETE DO POVO - RODRIGO STUTZ

FAMÍLIA LOVATO DE ROLÂNDIA


FAMÍLIA LOVATO
Meu saudoso pai falava muito bem da família Lovato...
Seu Atílio.. Antonio, Renato e todos os demais...
Trabalharam muito neste Solo Roxo...
Ajudaram a construir tudo o que vemos hoje...
Meu tio Renato de saudosa memória (foi casado com Laura Farina ) era um excelente cafeicultor... cuidava dos cafezais com muito amor.. possuia um dos melhores cafezais de Rolândia....
Um abraço a todos os Lovatos de Rolândia e região...  JOSÉ CARLOS FARINA

*LEGENDA DE FOTOS: À ESQUERDA RENATO LOVATO 
À DIREITA: ANTONIO LOVATO

terça-feira, 20 de março de 2012

RELATO DE VERGILIO RODRIGUES ( colonia portuguesa )


Nos anos 80 entrevistei vários pioneiros de Rolândia e entreguei o material por escrito no Museu Municipal. No mês passado fui lá no museu e requisitei cópias destes relatos para publicar aqui. Para a minha surpresa os relatos de alguns pioneiros  foram perdidos. Entre eles o do pioneiro Vergílio Rodrigues, de origem portuguesa. Seu Vergílio chegou aqui em 1934, quando tinha tudo ainda para se fazer. Inicialmente ele trabalhou para a Companhia de trens, fornecendo dormentes para a fixação dos trilhos. Ele tinha turma de lenhadores cortando árvores na floresta usando apenas machado. Seu Virgílio tinha um caminhão 1929 que foi um dos primeiros da cidade. Seu Virgílio morou muito tempo ali na Rua Wilie Davids, em frente o parquinho do Lions. JOSÉ CARLOS FARINA

RELATO DE ANTONIO CARDOSO ( DA CARROCINHA )


Nos anos 80 entrevistei vários pioneiros de Rolândia e entreguei o material por escrito no Museu Municipal. No mês passado fui lá no museu e requisitei cópias destes relatos para publicar aqui. Para a minha surpresa os relatos de alguns pioneiros  foram perdidos. Entre eles o do pioneiro Antonio Cardoso. Bem, vou tentar relatar o que me lembro da sua entrevista. Estes dados foram confirmados pela viúva que reside ali próximo a linha do trem. Ele chegou em Rolândia em 1934 quando não havia praticamente nada por aqui. Só havia pequenas "picadas" no centro da cidade. Seu Antonio derrubou mata virgem "no machado" na Rua Monteiro Lobato em frente o "Souza Naves".   ajudou a construir o Hotel Rolândia. Ele e seu pai abriram no enxadão o primeiro cemitério. Seu Antonio era um exímio caçador e sempre ia caçar pacas, cotias e "jacús" na proximidades da atual padaria do Miranda. Seu Antonio também ajudou a cavar no enxadão e pá o leito da estrada de ferro, de Cambé até a atual Estação. Lembro-me que o sr. Cardoso contou-me que os burros levavam as carroças com terra de um lugar para o outro, não precisando de ninguém para segurar as rédeas. Os burros descarregavam a terra e depois voltavam sozinhas para buscar mais.  Seu Cardoso foi um dos primeiros funcionários do antigo Abatedouro de boi de Rolândia que ficava ali próximo do Manoel Muller.Seu Cardoso foi também nos anos 60 e 70 o responsável pela "Carrocinha" que pegava os cães abandonados na cidade. Ele era muito bom laçador. Cansei de torcer contra ele, mas na maiorias das vezes ele vencia e prendia os cães.  Seu Cardoso era pai do Ladislau, meu amigo e meu irmão de fé. 
JOSÉ CARLOS FARINA (HISTORIADOR)

RELATO DE MARIA ANGELA ROSEIRA MAURER


Morei em Rolândia em 1958/59. Adorava uma sorveteria que tinha no centro, e que morei pertinho. Sei que passei por lá em 1975, já casada e visitei a sorveteria, não lembro o nome, mas já era famosa. Adorei as fotos, senti saudades daquela época em que íamos sozinhos prá escola, meu irmão e eu. Eu fiz o prézinho no colégio das irmãs e meu irmão fez o terceiro ano no grupo escolar, não lembro o nome. Viajamos muito de trem e também andamos de charrete. Conhecemos a família Shauff e fomos vizinhos de um deles em Maringá, a história é linda dessa família.

Maria Angela Roseira Maurer 

VITÓRIO CONSTANTINO E ROLÂNDIA

VITÓRIO CONSTANTINO

O professor e advogado Vitório Constantino teve uma participação ativa na sociedade rolandense. Além de professor e diretor da primeira Escola de Rolândia (atual Souza Naves) foi proprietário do primeiro serviço de "Alto-falante" e do primeiro jornal. um serviço jornalístico e de entretenimento onde o mesmo passava as notícias e musicas através de enormes "cornetas" fixadas no centro da cidade ( seria o Blog do Farina hoje). Mais tarde ficou famoso em todo o Estado como um dos melhores advogados criminalistas do Paraná. Participou ativamente da política sendo vereador de 1947 a 1951. Foi juiz de direito da comarca em 1949. Mesmo depois de mudar para Londrina onde tinha o seu escritório e lecionava na UEL retornava sempre à Rolândia onde tinha muitos amigos. Era muito amigo dos saudosos Waldemar Moretti e do Abdo Sacca. Tive o prazer de viajar com ele para Campo Mourão e absorver um pouco dos seus conhecimentos. Nesta ocasião também estava o Dr. Waldemar Moretti e João Maria Rocha. Após o júri o grupo foi para um jantar onde pude saborear um pouco de sua biografia e ensinamentos na área jurídica. Ele era uma figura carismática atraia sempre a atenção por tudo o que fazia e falava.. JOSÉ CARLOS FARINA

quinta-feira, 15 de março de 2012

JOSÉ FARINA FILHO - PIONEIRO EM ROLÂNDIA - PR.




JOSÉ FARINA FILHO
O Sr. José Farina Filho  nasceu em  Jardinópolis-SP. aos 02 de outubro de 1928, faleceu em Rolândia-Pr. no dia  22 de setembro de 2006, aos 77 anos de idade.
Sr. José Farina Filho  era casado com a Sra. Sebastiana Martin Farina e tinha 6 filhos, Pedro Argemiro e Marco Antonio (comerciantes), Paulo Ademir (engenheiro), José Carlos (advogado),  Maria Dolores e Sandra  Mara (professoras), 14 netos e uma bisneta.
Foi pioneiro do município da gleba cafezal onde chegou em  1940 em companhia dos pais José e Adelaide e dos irmãos Antonio, Irineu e Laura. trabalhou na lavoura até 1953, derrubando mata, plantando, colhendo e comercializando lenha para os moradores da cidade que utilizavam este combustível para os fogões.
De 1953 até a sua aposentadoria foi corretor de imóveis, chegando a vender terras para a Companhia de Terras Norte do Paraná, na região de Umuarama e Uniflor. Sempre usando chapéu de feltro e óculos, era muito conhecido também pelo seu inconfundível Jipe Wilys 1951, verde.
Como agricultor e depois corretor de imóveis ajudou a desbravar o interior do Município,  trazendo compradores de terras de outras regiões e de outros Estados, que acabaram se fixando em Rolândia, aumentando ainda mais as nossas riquezas e produção. Naquela  época não havia estradas asfaltadas e o serviço do corretor era muito duro. Quando era época de estiagens havia muita poeira e em ocasiões de chuva era quase que impossível o deslocamento de veículos, mesmo que fossem jipes. Seu conhecimento era tão grande sobre  o nosso município que até poucos anos atrás conhecia lote por lote, gleba por gleba, os antigos proprietários.
Além do amor pela nosso município, pelas nossas terras e  pela família, tinha também muito amor pelo Nacional Atlético Club, o NAC,  time de seu coração, onde chegou a exercer o cargo de diretor de publicidade, fazendo a propaganda dos jogos através de alto-falantes  ambulante em Rolândia, Cambé, Arapongas e Jaguapitã, convocando a torcida para comparecerem ao estádio em dia de jogos. Os filhos jogavam os panfletos na rua.
O Sr. José Farina Filho não perdia nenhum jogo do Nacional, mesmo que o time se  apresentasse  em locais distantes. Com o seu radinho de pilha colado no ouvido não  perdia nenhum lance. O seu grito era sempre este: Vamos! vamos lá Nacional! aí garoto!  muito bem!
Após se aposentar em 1992 trabalhava todo dia na Eletrônica Central, localizada na Av. Expedicionários, 65,  consertando  chuveiros e ferros elétricos, trabalho que fazia com muito amor, mais como uma distração.
Como pioneiro, corretor de imóveis e técnico de chuveiros  angariou muitos amigos, que compareciam diariamente para conversar  sobre  muitos assuntos. Mesmo tendo estudado apenas o antigo curso primário, tinha uma boa cultura, e durante muitos anos lia jornais diariamente e não perdia sequer um Jornal Nacional estando sempre bem informado sobre todos os assuntos e também sobre a política nacional e municipal.
Tudo o que conseguiu através do seu trabalho como  agricultor, corretor e depois comerciante investiu em Rolândia, a  cidade do seu coração, onde ainda moram sua esposa, seus 6 filhos, netos, bisneta, irmãos e sobrinhos, e onde estão sepultados os seus pais, sogros e um irmão. JOSÉ CARLOS FARINA 
FOTO - JOSÉ FARINA FILHO com o autor deste artigo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

VÍDEO MEMORIAL DO IMIGRANTE - HOSPEDARIA DE SÃO PAULO

VENDAS ( EMPÓRIOS ) ANTIGOS - SECOS E MOLHADOS


VENDA DO DISTRITO DE GUARAVERA - ANTIGAMENTE MUITAS COMPRAS ERAM ENTREGUES ASSIM "EMBRULHADAS" EM JORNAL E AMARRADAS COM BARBANTE. O ARROZ, FEIJÃO ETC. ERA PESADO NA HORA. O ÓLEO ERA VENDIDO EM GARRAFAS. Micaela Orikasa - Reportagem local By FOLHA DE LONDRINA





quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BETO RICHA OFENDE OS PIONEIROS


SOU PÉ VERMELHO COM MUITO ORGULHO

Governador Beto Richa... Se você (permita-me chamá-lo assim por ser ainda jovem) tivesse o amor que eu ( e seu saudoso pai)  tenho pela terra vermelha do norte do Paraná não teria afirmado que a nossa região não tem vocação para industrializar-se. Ora, se não fosse o arrojo, a coragem, a capacidade e o trabalho do pioneiro não tínhamos transformado a floresta virgem em cidades progressistas como Londrina, Maringá, Cornélio, Arapongas e Rolândia e tão pouco tempo (80 anos).  Amamos Curitiba, mas veja governador que esta cidade precisou de  mais de 200 anos  para chegar onde chegou. Pelo ritmo do desenvolvimento do norte do Paraná não precisaremos de tanto tempo assim para superarmos Curitiba, pois afinal possuímos melhores terras,  melhor clima e um povo muito trabalhador. Gostaria que em nome de tudo o que o seu saudoso pai representa para o norte do Paraná que você repense o nosso potencial e importância para o Estado e para o Brasil. Eu sou pé vermelho e tenho muito orgulho disso. Viva o Norte do Paraná, o melhor lugar do mundo para se viver. JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA-PR.

sábado, 31 de dezembro de 2011

UMA VIAGEM DE TREM PELO NORTE DO PARANÁ


Uma viagem inesquecível

Aconteceu nos anos 70.  Eu, minha querida mãe e meu  primo    Toninho      (sempre presente em quase todas as minhas aventuras). Viagem de Rolândia à São Paulo onde fomos passear na casa de parentes. Saímos de Rolândia por volta das 21 horas. Tinha na época 16 anos. Tudo nesta viagem foi maravilhoso. Foi a minha primeira viagem de trem. Lembro-me da  ansiedade até que o trem apareceu com aqueles faróis poderosos, soltando fumaça e aquele barrulhão do motor. Meu coração acelerou. O chefe da estação que portava um bonito quepe bateu o sino de bronze anunciando oficialmente a chegada do trem. Embarcamos. Minha mãe ( que era a primeira vez que viajava sem a presença do meu saudoso pai) acenava chorando ao início da marcha do trem. Ficamos olhando o meu pai e irmãos na plataforma da estação até sumirem. Mal começou a viagem a minha mãe pegou um rosário e começou a rezar pedindo proteção para a viagem. A preocupação dela era que o meu tio João não estivesse esperando na Estação Sorocabana em São Paulo. Por volta da meia noite fiquei entendiado com a lentidão da viagem, e não conseguindo dormir com o balanço e barulho do atrito das rodas de aço nas  emendas dos trilhos, fui até o vagão refeitório onde comprei uma revista. Sentei ao lado de uma das mesas para ler. Pedi uma bebida e  um maço de cigarro. Minha mãe preocupada com a minha demora e já chorando achando que tinha caído para fora do trem, mandou o meu primo me procurar. Me encontrou lá no refeitório com toda pose, sentado, lendo, fumando e bebendo ao lado de dois garçons vestidos com ternos brancos. Sendo meu primo morador da roça ficou com vergonha de entrar ali, só acenou com a cabeça e voltou pra contar o que viu. Até hoje ele ri muito ao descrever esta cena.  Ao amanhecer  eu e meu primo fomos para o último vagão onde havia uma espécie de varanda. Eli fumando um cigarrinho íamos contemplando as belas paisagens. Os lavradores paravam de carpir ou arar a terra para acenar para nós. Nos sentíamos muito importantes ao recebermos estes acenos. Minha mãe continuava a rezar com o rosário na mão. Só parava para mandar o cobrador de bilhetes nos avisar para não irmos muito longe (como se isso fosse possível). A uma certa altura da viagem, já chegando em São Paulo, eu e meu primo ficamos na "paquera" em frente o vagão de sanitários. Estava encostado na porta do sanitário feminino quando, em uma curva, a porta abriu e eu fui arremessado para dentro. Acabei  machucando a perna com o impacto  no vaso sanitário (Ainda bem que não tinha nenhuma mulher lá dentro). Meu primo ri até hoje desta proeza. A viagem foi muito emocionante do começo ao fim. A parte ruim era aguentar o cobrador de cinco em cinco minutos querendo ver os bilhetes e os vendedores de revistas, jornais, sanduíches e pratos feitos. Eles passavam a todo instante gritando: - Olha o sanduíche... prato feito.. revistas.. (como coisa que a gente não sabia!...). Os cara eram reconhecíveis até no escuro. Portavam um paletó preto com o distintivo da RVPSC (Rede Viação Paraná Santa Catarina) e um quepe da mesma cor, com  emblema de bronze. Pareciam uns generais. Interessante que eram todos gordos. Eu acho que ele mais comiam aquela comida do que vendiam. A viagem durou uma noite mais  meio dia. A cada cinco minutos, quando enfim o trem embalava, tinham que parar... Mais uma estação. Daqui em São Paulo eu acho que haviam mais de 1.000 estações. Nunca vi coisa igual. Minha mãe quando viu o meu tio João nos esperando na Estação em meio a tanta gente só faltou pular em cima dele tamanha a alegria.  Saímos com o meu tio, carregando malas enormes em meio a multidão. Com medo de me perder do meu tio andei levando uns safanões, pois mesmo sem querer acabei acertando as canelas de alguns transeuntes. E as malas antigas eram feitas de uma material que parecia casco de tartaruga. Doía muito a pancada. Nunca tinha visto tanta gente junta. Parecia um formigueiro. Pensava: haja trens para levar todo mundo. Já ao lado do meu tio minha mãe agora ia rezando agradecendo o sucesso da viagem. Mas, falando sério, foi a viagem mais emocionante que tive na minha vida até hoje.  Dificilmente vou fazê-la de novo, pois nem mais trem de passageiros temos.  JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

OBS.: Na 1ª Foto o meu primo Toninho. Ele não é louco não. A foto foi tirada na festa de um casamento da família. É claro que tinha bebido um pouco.... Na 2ª um trem daquela época (museu do trem de Baurú)...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ANOS 60 EM ROLÂNDIA - TELEVIZINHO


TELEVIZINHO

Quando o sinal de TV chegou  em Rolândia pelas ondas da TV Coroados, canal 3, foi a maior sensação. Como o preço dos televisores era um absurdo para o maioria da população surgiu o televizinho. Nos primeiros anos eu e meus irmãos assistíamos televisão na casa do nosso amigo Aylton. Um dia chegamos na casa dele para mais uma sessão e o "pau estava comendo" lá dentro. Era briga de marido e mulher. Inicialmente não abriram a porta, mas como era dia do seriado Bonanza insistimos. A dona da casa abriu a porta e aos gritos disse: - "vocês não estão vendo que o ambiente aqui não está bom. Sumam daqui. Voltamos para  casa tristes e chorando por perdermos um episódio do faroeste, da qual éramos fãs. Meus pais se compadeceram de nós e como o meu pai também era fã do Bonanza deu um jeito  e comprou um televisor. Lembro-me até da marca... era Eletronic e era montado pelo saudoso Helmut Ditrich. Vinha com quatro pés de madeira torneada que eram parafusados em baixo do aparelho. Na primeiro dia ficamos na sala assistindo até o final da programação. Só que aí começamos a sofrer igual a vizinha briguenta com os televizinhos. Lembro-me que nos dias dos seriados Bonanza e National Kid  juntavam dezenas de pessoas em nossa casa. Meus tios e primos vinham do sítio e todos se ajeitavam como podiam. Tinha neguinho sentado no colo, no assoalho, na janela. Todos vibravam com as brigas e tiros dos Cartwright, Adam, Little Joe, Ross e Benjamin. Depois de algum tempo a prefeitura instalou um televisor público onde hoje temos aquela imensa árvore "ficheira". Todo o dia na "boca da noite" o funcionário vinha, abria a grade e ligava. Eram centenas de pessoas que vinham de todas as regiões e da zona rural. Era muito divertido, os jovens paqueravam, as crianças brincavam e os adultos conversavam. Ah... dava muito movimento para os pipoqueiros e sorveteiros. Apesar da grana cura era um tempo bom... era um povo feliz... sem vícios... sem drogas... tudo era romântico e divertido. Tenho saudade. JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA-PR.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

HORTAS CASEIRAS NO NORTE DO PARANÁ - ANOS 60 e 70



HORTAS CASEIRAS - ROLÂNDIA - NORTE DO PARANÁ
Antigamente, principalmente nos anos 60 e 70 a maioria das famílias do norte do paraná tinha uma horta caseira no fundo do quintal onde se plantava e colhia alface, almeirão, salsinha, cebolinha, rabanete, cenoura entre outras hortaliças. Eu sempre ajudava a minha mãe com a hortinha dela. O trabalho era "afofar" a terra com o enxadão, cercando os canteiros com taboas ou tijolos. Após era acrescentado estrume de gado seco e curtido. Aí fazíamos pequenos sulcos onde eram depositados as sementes. Para evitar que os pássaros não comessem as mudinhas novas trançávamos barbantes sobre o canteiro. Todo dia, de manhã e a tarde, eu ou um dos outros irmãos tínhamos que aguar os mesmos. A nossa terra aqui é tão fértil que a produção era exagerada. Além de presentearmos os vizinhos e parentes, muitas vezes saíamos com cestos vendendo o produto. Era muito difícil vender, pois quase todos tinham horta em seus quintais. Hoje ainda tenho este bom costume. Em casa tenho quatro canteiros feitos de tijolos (foto anexa) onde colho para o "meu gasto" almeirão, salsinha e cebolinha, sem agrotóxicos. E o melhor, na porta da cozinha. É só colher, lavar e temperar. É uma ótima terapia. Para trabalhar com horta é preciso gostar do contato com a terra (solos). Sempre que posso trago de fora "terra gorda" de matas virgens que é o melhor adubo que existe. Que tal agora fazer a sua hortinha? (CLIQUE NA FOTO) - TEXTO e FOTO de  JOSÉ CARLOS FARINA

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CASA DO SAUDOSO PAULO MOLOGNI - CARAMURÚ

UM DOS FUNDADORES DO CARAMURÚ,  BAIRRO PERTENCENTE A ROLÂNDIA E LONDRINA.
EU IA SEMPRE COM O MEU SAUDOSO PAI JOSÉ FARINA VISITAR O SEU PAULO "BOLONHA", COMO ERA CONHECIDO. GENTE BOA. LÍDER DO LUGAR.

FOTO By  JOSÉ CARLOS FARINA

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

VENDAS ( BARES ) ANTIGOS DO NORTE DO PARANÁ - anos 40 em diante


ESTA É A VENDA DO CARAMURÚ, LOCALIZADA ENTRE ROLÂNDIA E LONDRINA. MEU PAI, JOSÉ FARINA FILHO, MEUS AVÔS JOÃO MARTIN E JOSÉ FARINA E MEUS TIOS ANTONIO E MANOEL FREQUENTARAM ESTA VENDA NOS ANOS 50, 60 e 70. ELA PERMANECE DO MESMO JEITO DESDE A SUA CONSTRUÇÃO HÁ MAIS DE 60 ANOS. TENHO UM VÍDEO NO YOUTEBE SOBRE ESTA E OUTRAS VENDAS ANTIGAS. É SÓ DIGITAR "VENDA ANTIGA FARINA". TENHO TAMBÉM FOTOS DELAS NO SITE "PANORAMIO" ETIQUETAS "ROLÂNDIA".  TEXTO e  FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA

CASA DE SÍTIO NO NORTE DO PARANÁ - anos 40 em diante


Esta é uma típica casa de sítio do norte do paraná nos anos 40 em diante.  Esta está localizada próximo ao Caramurú onde os meus pais e avós viveram. Antes da geada de  1975 todo sítio tinha pelo menos duas casas. A do proprietário e uma outra do porcenteiro. Após a geada restaram poucas casas inteiras na zona rural. Estas casas não tinham forro para a fumaça das lamparinas "vazar" para fora. O porão era aberto onde os cães acabavam deixando pulgas. As táboas dificilmente eram pintadas. 99% tinham fogão caipira com chaminé. Ao lado da casa ficava o paiol de milho, a tuia para armazenar café e cereais, o chiqueirão para criar porcos, o curral para ordenhar a vaca.   Ah!.. não podia faltar um forno caipira feito de barro (para o pão e assados), o terreirão para secar o café e o poço caipira com corda e balde. A casa do meu avô nas proximidades do Pinheirão era bem parecida com esta. Passei muitas férias em um ambiente parecido.  Esta ainda resistiu. TEXTO e FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA.

sábado, 19 de novembro de 2011

John George de Carle Gottheiner, nascido em Rolândia - Pr.


FOLHA1
John George de Carle Gottheiner tinha grande capacidade para idealizar e realizar projetos, em diversas áreas. O paranaense de Rolândia, filho de pai alemão e mãe inglesa, foi um empreendedor.
Seu pai, que trabalhou na Companhia de Terras do Norte do PR, veio ao Brasil antes da Segunda Guerra e se casou por aqui com uma inglesa que conhecera na Europa.
Quando o pai teve câncer, a família se mudou para Ubatuba (SP). John, que havia estudado num colégio alemão em Rio Claro (SP), fez administração na FGV, na capital.
Depois de formado, deu aulas de inglês num cursinho para estudantes que queriam entrar em economia na USP.
Em 1973, após ter sido diretor de um consórcio, fundou a empresa de proteção ao crédito SCI (Segurança ao Crédito e Informações). O negócio, que foi vendido em 1998 para a Equifax, teve 43 filiais espalhadas pelo país e cerca de 1.200 funcionários.
Não parou de investir após a venda da empresa. Foi dono de fazendas de soja no TO e de gado no MS, de uma metalúrgica em Londrina (PR), de uma faculdade (Facesi) em Ibiporã (PR) e da rádio Pantaneira em Anastácio (MS).
Segundo Edgar Monteiro, diretor da metalúrgica, John tinha especial apreço pela educação, algo que adquirira quando professor. Sua faculdade, com 200 alunos, não era "para ganhar dinheiro", conta. Também teve uma fornecedora de kits escolares.
Morreu no sábado, aos 68, em decorrência de um câncer. Teve três filhos. A missa do sétimo dia será hoje, às 16h, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Alphaville, na Grande São Paulo.

sábado, 5 de novembro de 2011

ENTREVISTA COM O PIONEIRO ERWIN FRAGER - ROLÂNDIA - PR.


RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 02/06/1992, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.


ENTREVISTA COM O PIONEIRO JOSÉ GONÇALVES RUIZ - ROLÂNDIA - PR.


RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 02/06/1992, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.




ENTREVISTA COM O PIONEIRO ANGELO ( ANGELIN ) SARTORI - ROLÂNDIA - PR.


RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 25/05/1989, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.
(CLIQUE NA FOTO PARA AUMENTÁ-LA)
ANGELO ( ANGELIN ) SARTORI


ENTREVISTA COM A PIONEIRA ANGELINA LEMOS CHIARATTI - ROLÂNDIA - PR.


RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 24/05/1989, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.



ENTREVISTA COM O PIONEIRO LUIZ CHIARATTI - ROLÂNDIA - PR.

RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 30/05/1989, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ENTREVISTA COM O PIONEIRO JOSÉ FARINA FILHO - ROLÂNDIA - PR.



RASCUNHO DA ENTREVISTA TOMADA POR JOSÉ CARLOS FARINA EM 1989 EM PODER DO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.
                                                    (FOTO ACERVO DA FAMÍLIA)                                                     
                                            (CLIQUE NA FOTO PARA AUMENTÁ-LA)


















































quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A VIDA DOS JUDEUS EM ROLÂNDIA - PR.


JORNAL DE LONDRINA


UEL pesquisa história de judeus que fugiram do regime nazista e se refugiaram no norte do Paraná

Entre 1933 e 1941, cem famílias de refugiados do regime nazista na Alemanha vieram para Rolândia (distante 27 km de Londrina) fugidos dos horrores praticados por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. O projeto Etnicidade e Morte, do curso de História da Universidade Estadual de Londrina (UEL), há cinco anos pesquisa as relações de identidade e religiosidade na colônia judaica em Rolândia.
O coordenador do projeto, professor Marco Antônio Neves Soares, afirma que foram gravadas 30 horas de entrevistas. “Trabalhamos também com relatos escritos pelos próprios judeus que se estabeleceram em Rolândia”, diz ele. “Tem as memórias de Ricardo Loeb-Caldenhof, morto na década de 80; de Graf Von Galen; de Susane Behrend e seu irmão Rudolf Stern; de Max Hermann Maier; além de documentos e 90 livros que os refugiados trouxeram da Alemanha.”
O trabalho deve ser concluído em outubro deste ano e já é possível levantar informações importantes que revelam um pouco do que essas famílias viveram num período que envergonhou toda a humanidade. Soares afirma que Rolândia foi descoberta pelos judeus por meio dos ingleses, que vendiam, na Europa, terras do norte do Paraná (Companhia de Terras Norte do Paraná).
Muitos dos judeus que chegaram a Rolândia eram, na Alemanha, grandes juristas, artistas, intelectuais. “Eles também tinham em suas famílias, pessoas de destaque no cenário alemão e mundial”, afirma Soares. Como Susane Behrend, cujo tio foi prêmio Nobel da Química, Fritz Haber; ou Hulda Bielschowsky cujo tio desenvolveu a cirurgia para estrabismo.
O medo de serem descobertos e mandados de volta para a Alemanha, para serem exterminados, levou essas pessoas de alto nível intelectual a fugirem de centros urbanos logo que chegaram ao Brasil. “Eles optaram por virem para um lugar que é quase uma selva e se dedicarem à agricultura, atividade com a qual não tinham nenhum contato na Alemanha”, afirma Soares.
Foi também esse medo um dos motivos, de acordo com o professor, que levou os judeus a não se organizarem como comunidade em Rolândia. A única relação que eles mantinham uns com os outros se dava por meio dos empréstimos de livros.Todos trouxeram muitos livros, a família Stern trouxe dois mil.
Eles se ajudavam, mas não mantiveram relações estreitas, de acordo com Soares. Havia também uma tensão entre os próprios judeus. “Encontramos um certo ressentimento na fala de alguns desses refugiados. Isto porque alguns conseguiram comprar terras e outros foram trabalhar de empregados nessas propriedades.”
Família Stern perdeu quase tudo durante a fuga para Rolândia
A família Stern fugiu da Alemanha em 1939, ainda com as palavras da Gestapo ecoando em suas mentes: “Nosso braço é comprido e vamos pegar vocês em qualquer canto do mundo se disserem o que viram e viveram aqui.” Susanne Stern Behrend, 88 anos, lembra do terror que sentiram durante os anos do holocausto.
Os Stern estão entre as famílias de judeus que se refugiaram em Rolândia. Susanne conta que eram em cinco: ela, os pais, o irmão e a avó, e que foram para a fazenda de um amigo do pai dela. O pai de Susanne tinha se formado em direito na Alemanha e se transformado em dono de serraria.
Na fuga, os Stern perderam quase tudo e entraram no Brasil com pouquíssimo dinheiro. A família chegou sem dinheiro e acompanhada do terror do campo de concentração de Sachsenhausen, em Brandenburgo, onde o pai ficou um mês.
“Não conhecíamos a língua, não tínhamos nada e tínhamos muito medo”, conta Susanne. “Falávamos sempre muito baixo, olhando para todos os lados para nos certificarmos de que ninguém estava nos ouvindo.”
Essas condições eram tão restritivas que os Stern não se relacionavam nem mesmo com os outros judeus que já estavam em Rolândia e que foram chegando depois. “Os judeus estavam pelas fazendas e poucos tinham dinheiro. Vinham para a cidade só para comprar mantimentos e logo voltavam.”
As tradições judaicas não tinham lugar nessa nova vida. “Não mantivemos nenhuma”, conta. “Para formar uma comunidade judaica é preciso 10 homens adultos para fazer uma reza, por exemplo. E os judeus não tinham contato entre si.”
Anos depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, os judeus que chegaram a Rolândia continuaram sem se organizar em comunidade e cultivar suas tradições. Susanne conta que não passou nenhuma delas para seus filhos. “Ficou um machucado tão profundo que eu decidi dar a religião cristã para meus filhos”, afirma. “Ser judeu é uma carga muito pesada.”
Susanne só voltou à Alemanha, com o marido Helmut Behrend, nos anos 80, para conseguir angariar fundos à Apae de Rolândia, da qual o casal foi fundador. “Eu jamais voltaria a morar na Alemanha. Não quero nem ser enterrada lá.”

Relato da imigração judaica em Rolândia por Ricardo Loeb-Caldenhof

Memoiren   é uma longa e detalhada narrativa do estabelecimento de Ricardo Loeb-Caldenhof e de sua esposa Sylvia O. Loeb-Caldenhof  na selva da Gleba Roland. Traz muitas referências do cotidiano da colônia e descreve de maneira minuciosa o  desenvolvimento da cidade e de seus habitantes, imbricado por histórias pessoais. Começou  a ser escrita em 1987 e foi terminada em abril de 1991, ano em que o autor completou 82  anos.  Filho de uma proeminente família judia estabelecida na região de Hamm emigrou para Rolândia em 1938, e dedicou-se às atividades agrícolas em sua Fazenda Belmonte, já  que havia cursado agronomia na Universidade de Bonn. Teve um papel aglutinador entre  os refugiados pelas constantes visitas que fazia aos campos de cultivo e às residências, mas  se sentia menosprezado entre os mais intelectualizados, por achar que estes consideravam a  agricultura um trabalho braçal de homens rústicos e não dedicados à leitura e ao  refinamento. Em sua narrativa, descreve a vida burguesa anterior à ascensão do Partido NacionalSocialista e a importância de sua família no contexto político-militar alemão durante o II  Reich e a República de Weimar. Analisa a deteriorização da situação econômico-social e  familiar da ascensão de Hitler até 1938, quando finalmente resolveu fugir para Rolândia,  onde já estavam pessoas do círculo de relações de sua família. Rememora acontecimentos,  pessoas e discussões, e expõe os motivos que fizeram permanecer no Brasil. A última parte  de suas Memoiren é destinada aos acontecimentos que envolveram a Fazenda Belmonte, desde aumento, manutenção ou queda de produtividade até as viagens pelo Brasil para  conhecer novos cultivares ou novas técnicas de cultivo. FONTES PARA A INVESTIGAÇÃO DAS IDENTIDADES E RELIGIOSIDADES  JUDAICAS LONGE DO JUDAÍSMO INSTITUÍDO: O CASO DE ROLÂNDIA  por Marco Antonio Neves Soares