terça-feira, 20 de março de 2012

RELATO DE VERGILIO RODRIGUES ( colonia portuguesa )


Nos anos 80 entrevistei vários pioneiros de Rolândia e entreguei o material por escrito no Museu Municipal. No mês passado fui lá no museu e requisitei cópias destes relatos para publicar aqui. Para a minha surpresa os relatos de alguns pioneiros  foram perdidos. Entre eles o do pioneiro Vergílio Rodrigues, de origem portuguesa. Seu Vergílio chegou aqui em 1934, quando tinha tudo ainda para se fazer. Inicialmente ele trabalhou para a Companhia de trens, fornecendo dormentes para a fixação dos trilhos. Ele tinha turma de lenhadores cortando árvores na floresta usando apenas machado. Seu Virgílio tinha um caminhão 1929 que foi um dos primeiros da cidade. Seu Virgílio morou muito tempo ali na Rua Wilie Davids, em frente o parquinho do Lions. JOSÉ CARLOS FARINA

RELATO DE ANTONIO CARDOSO ( DA CARROCINHA )


Nos anos 80 entrevistei vários pioneiros de Rolândia e entreguei o material por escrito no Museu Municipal. No mês passado fui lá no museu e requisitei cópias destes relatos para publicar aqui. Para a minha surpresa os relatos de alguns pioneiros  foram perdidos. Entre eles o do pioneiro Antonio Cardoso. Bem, vou tentar relatar o que me lembro da sua entrevista. Estes dados foram confirmados pela viúva que reside ali próximo a linha do trem. Ele chegou em Rolândia em 1934 quando não havia praticamente nada por aqui. Só havia pequenas "picadas" no centro da cidade. Seu Antonio derrubou mata virgem "no machado" na Rua Monteiro Lobato em frente o "Souza Naves".   ajudou a construir o Hotel Rolândia. Ele e seu pai abriram no enxadão o primeiro cemitério. Seu Antonio era um exímio caçador e sempre ia caçar pacas, cotias e "jacús" na proximidades da atual padaria do Miranda. Seu Antonio também ajudou a cavar no enxadão e pá o leito da estrada de ferro, de Cambé até a atual Estação. Lembro-me que o sr. Cardoso contou-me que os burros levavam as carroças com terra de um lugar para o outro, não precisando de ninguém para segurar as rédeas. Os burros descarregavam a terra e depois voltavam sozinhas para buscar mais.  Seu Cardoso foi um dos primeiros funcionários do antigo Abatedouro de boi de Rolândia que ficava ali próximo do Manoel Muller.Seu Cardoso foi também nos anos 60 e 70 o responsável pela "Carrocinha" que pegava os cães abandonados na cidade. Ele era muito bom laçador. Cansei de torcer contra ele, mas na maiorias das vezes ele vencia e prendia os cães.  Seu Cardoso era pai do Ladislau, meu amigo e meu irmão de fé. 
JOSÉ CARLOS FARINA (HISTORIADOR)

RELATO DE MARIA ANGELA ROSEIRA MAURER


Morei em Rolândia em 1958/59. Adorava uma sorveteria que tinha no centro, e que morei pertinho. Sei que passei por lá em 1975, já casada e visitei a sorveteria, não lembro o nome, mas já era famosa. Adorei as fotos, senti saudades daquela época em que íamos sozinhos prá escola, meu irmão e eu. Eu fiz o prézinho no colégio das irmãs e meu irmão fez o terceiro ano no grupo escolar, não lembro o nome. Viajamos muito de trem e também andamos de charrete. Conhecemos a família Shauff e fomos vizinhos de um deles em Maringá, a história é linda dessa família.

Maria Angela Roseira Maurer 

VITÓRIO CONSTANTINO E ROLÂNDIA

VITÓRIO CONSTANTINO

O professor e advogado Vitório Constantino teve uma participação ativa na sociedade rolandense. Além de professor e diretor da primeira Escola de Rolândia (atual Souza Naves) foi proprietário do primeiro serviço de "Alto-falante" e do primeiro jornal. um serviço jornalístico e de entretenimento onde o mesmo passava as notícias e musicas através de enormes "cornetas" fixadas no centro da cidade ( seria o Blog do Farina hoje). Mais tarde ficou famoso em todo o Estado como um dos melhores advogados criminalistas do Paraná. Participou ativamente da política sendo vereador de 1947 a 1951. Foi juiz de direito da comarca em 1949. Mesmo depois de mudar para Londrina onde tinha o seu escritório e lecionava na UEL retornava sempre à Rolândia onde tinha muitos amigos. Era muito amigo dos saudosos Waldemar Moretti e do Abdo Sacca. Tive o prazer de viajar com ele para Campo Mourão e absorver um pouco dos seus conhecimentos. Nesta ocasião também estava o Dr. Waldemar Moretti e João Maria Rocha. Após o júri o grupo foi para um jantar onde pude saborear um pouco de sua biografia e ensinamentos na área jurídica. Ele era uma figura carismática atraia sempre a atenção por tudo o que fazia e falava.. JOSÉ CARLOS FARINA

quinta-feira, 15 de março de 2012

JOSÉ FARINA FILHO - PIONEIRO EM ROLÂNDIA - PR.




JOSÉ FARINA FILHO
O Sr. José Farina Filho  nasceu em  Jardinópolis-SP. aos 02 de outubro de 1928, faleceu em Rolândia-Pr. no dia  22 de setembro de 2006, aos 77 anos de idade.
Sr. José Farina Filho  era casado com a Sra. Sebastiana Martin Farina e tinha 6 filhos, Pedro Argemiro e Marco Antonio (comerciantes), Paulo Ademir (engenheiro), José Carlos (advogado),  Maria Dolores e Sandra  Mara (professoras), 14 netos e uma bisneta.
Foi pioneiro do município da gleba cafezal onde chegou em  1940 em companhia dos pais José e Adelaide e dos irmãos Antonio, Irineu e Laura. trabalhou na lavoura até 1953, derrubando mata, plantando, colhendo e comercializando lenha para os moradores da cidade que utilizavam este combustível para os fogões.
De 1953 até a sua aposentadoria foi corretor de imóveis, chegando a vender terras para a Companhia de Terras Norte do Paraná, na região de Umuarama e Uniflor. Sempre usando chapéu de feltro e óculos, era muito conhecido também pelo seu inconfundível Jipe Wilys 1951, verde.
Como agricultor e depois corretor de imóveis ajudou a desbravar o interior do Município,  trazendo compradores de terras de outras regiões e de outros Estados, que acabaram se fixando em Rolândia, aumentando ainda mais as nossas riquezas e produção. Naquela  época não havia estradas asfaltadas e o serviço do corretor era muito duro. Quando era época de estiagens havia muita poeira e em ocasiões de chuva era quase que impossível o deslocamento de veículos, mesmo que fossem jipes. Seu conhecimento era tão grande sobre  o nosso município que até poucos anos atrás conhecia lote por lote, gleba por gleba, os antigos proprietários.
Além do amor pela nosso município, pelas nossas terras e  pela família, tinha também muito amor pelo Nacional Atlético Club, o NAC,  time de seu coração, onde chegou a exercer o cargo de diretor de publicidade, fazendo a propaganda dos jogos através de alto-falantes  ambulante em Rolândia, Cambé, Arapongas e Jaguapitã, convocando a torcida para comparecerem ao estádio em dia de jogos. Os filhos jogavam os panfletos na rua.
O Sr. José Farina Filho não perdia nenhum jogo do Nacional, mesmo que o time se  apresentasse  em locais distantes. Com o seu radinho de pilha colado no ouvido não  perdia nenhum lance. O seu grito era sempre este: Vamos! vamos lá Nacional! aí garoto!  muito bem!
Após se aposentar em 1992 trabalhava todo dia na Eletrônica Central, localizada na Av. Expedicionários, 65,  consertando  chuveiros e ferros elétricos, trabalho que fazia com muito amor, mais como uma distração.
Como pioneiro, corretor de imóveis e técnico de chuveiros  angariou muitos amigos, que compareciam diariamente para conversar  sobre  muitos assuntos. Mesmo tendo estudado apenas o antigo curso primário, tinha uma boa cultura, e durante muitos anos lia jornais diariamente e não perdia sequer um Jornal Nacional estando sempre bem informado sobre todos os assuntos e também sobre a política nacional e municipal.
Tudo o que conseguiu através do seu trabalho como  agricultor, corretor e depois comerciante investiu em Rolândia, a  cidade do seu coração, onde ainda moram sua esposa, seus 6 filhos, netos, bisneta, irmãos e sobrinhos, e onde estão sepultados os seus pais, sogros e um irmão. JOSÉ CARLOS FARINA 
FOTO - JOSÉ FARINA FILHO com o autor deste artigo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

VÍDEO MEMORIAL DO IMIGRANTE - HOSPEDARIA DE SÃO PAULO

VENDAS ( EMPÓRIOS ) ANTIGOS - SECOS E MOLHADOS


VENDA DO DISTRITO DE GUARAVERA - ANTIGAMENTE MUITAS COMPRAS ERAM ENTREGUES ASSIM "EMBRULHADAS" EM JORNAL E AMARRADAS COM BARBANTE. O ARROZ, FEIJÃO ETC. ERA PESADO NA HORA. O ÓLEO ERA VENDIDO EM GARRAFAS. Micaela Orikasa - Reportagem local By FOLHA DE LONDRINA





quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BETO RICHA OFENDE OS PIONEIROS


SOU PÉ VERMELHO COM MUITO ORGULHO

Governador Beto Richa... Se você (permita-me chamá-lo assim por ser ainda jovem) tivesse o amor que eu ( e seu saudoso pai)  tenho pela terra vermelha do norte do Paraná não teria afirmado que a nossa região não tem vocação para industrializar-se. Ora, se não fosse o arrojo, a coragem, a capacidade e o trabalho do pioneiro não tínhamos transformado a floresta virgem em cidades progressistas como Londrina, Maringá, Cornélio, Arapongas e Rolândia e tão pouco tempo (80 anos).  Amamos Curitiba, mas veja governador que esta cidade precisou de  mais de 200 anos  para chegar onde chegou. Pelo ritmo do desenvolvimento do norte do Paraná não precisaremos de tanto tempo assim para superarmos Curitiba, pois afinal possuímos melhores terras,  melhor clima e um povo muito trabalhador. Gostaria que em nome de tudo o que o seu saudoso pai representa para o norte do Paraná que você repense o nosso potencial e importância para o Estado e para o Brasil. Eu sou pé vermelho e tenho muito orgulho disso. Viva o Norte do Paraná, o melhor lugar do mundo para se viver. JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA-PR.

sábado, 31 de dezembro de 2011

UMA VIAGEM DE TREM PELO NORTE DO PARANÁ


Uma viagem inesquecível

Aconteceu nos anos 70.  Eu, minha querida mãe e meu  primo    Toninho      (sempre presente em quase todas as minhas aventuras). Viagem de Rolândia à São Paulo onde fomos passear na casa de parentes. Saímos de Rolândia por volta das 21 horas. Tinha na época 16 anos. Tudo nesta viagem foi maravilhoso. Foi a minha primeira viagem de trem. Lembro-me da  ansiedade até que o trem apareceu com aqueles faróis poderosos, soltando fumaça e aquele barrulhão do motor. Meu coração acelerou. O chefe da estação que portava um bonito quepe bateu o sino de bronze anunciando oficialmente a chegada do trem. Embarcamos. Minha mãe ( que era a primeira vez que viajava sem a presença do meu saudoso pai) acenava chorando ao início da marcha do trem. Ficamos olhando o meu pai e irmãos na plataforma da estação até sumirem. Mal começou a viagem a minha mãe pegou um rosário e começou a rezar pedindo proteção para a viagem. A preocupação dela era que o meu tio João não estivesse esperando na Estação Sorocabana em São Paulo. Por volta da meia noite fiquei entendiado com a lentidão da viagem, e não conseguindo dormir com o balanço e barulho do atrito das rodas de aço nas  emendas dos trilhos, fui até o vagão refeitório onde comprei uma revista. Sentei ao lado de uma das mesas para ler. Pedi uma bebida e  um maço de cigarro. Minha mãe preocupada com a minha demora e já chorando achando que tinha caído para fora do trem, mandou o meu primo me procurar. Me encontrou lá no refeitório com toda pose, sentado, lendo, fumando e bebendo ao lado de dois garçons vestidos com ternos brancos. Sendo meu primo morador da roça ficou com vergonha de entrar ali, só acenou com a cabeça e voltou pra contar o que viu. Até hoje ele ri muito ao descrever esta cena.  Ao amanhecer  eu e meu primo fomos para o último vagão onde havia uma espécie de varanda. Eli fumando um cigarrinho íamos contemplando as belas paisagens. Os lavradores paravam de carpir ou arar a terra para acenar para nós. Nos sentíamos muito importantes ao recebermos estes acenos. Minha mãe continuava a rezar com o rosário na mão. Só parava para mandar o cobrador de bilhetes nos avisar para não irmos muito longe (como se isso fosse possível). A uma certa altura da viagem, já chegando em São Paulo, eu e meu primo ficamos na "paquera" em frente o vagão de sanitários. Estava encostado na porta do sanitário feminino quando, em uma curva, a porta abriu e eu fui arremessado para dentro. Acabei  machucando a perna com o impacto  no vaso sanitário (Ainda bem que não tinha nenhuma mulher lá dentro). Meu primo ri até hoje desta proeza. A viagem foi muito emocionante do começo ao fim. A parte ruim era aguentar o cobrador de cinco em cinco minutos querendo ver os bilhetes e os vendedores de revistas, jornais, sanduíches e pratos feitos. Eles passavam a todo instante gritando: - Olha o sanduíche... prato feito.. revistas.. (como coisa que a gente não sabia!...). Os cara eram reconhecíveis até no escuro. Portavam um paletó preto com o distintivo da RVPSC (Rede Viação Paraná Santa Catarina) e um quepe da mesma cor, com  emblema de bronze. Pareciam uns generais. Interessante que eram todos gordos. Eu acho que ele mais comiam aquela comida do que vendiam. A viagem durou uma noite mais  meio dia. A cada cinco minutos, quando enfim o trem embalava, tinham que parar... Mais uma estação. Daqui em São Paulo eu acho que haviam mais de 1.000 estações. Nunca vi coisa igual. Minha mãe quando viu o meu tio João nos esperando na Estação em meio a tanta gente só faltou pular em cima dele tamanha a alegria.  Saímos com o meu tio, carregando malas enormes em meio a multidão. Com medo de me perder do meu tio andei levando uns safanões, pois mesmo sem querer acabei acertando as canelas de alguns transeuntes. E as malas antigas eram feitas de uma material que parecia casco de tartaruga. Doía muito a pancada. Nunca tinha visto tanta gente junta. Parecia um formigueiro. Pensava: haja trens para levar todo mundo. Já ao lado do meu tio minha mãe agora ia rezando agradecendo o sucesso da viagem. Mas, falando sério, foi a viagem mais emocionante que tive na minha vida até hoje.  Dificilmente vou fazê-la de novo, pois nem mais trem de passageiros temos.  JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

OBS.: Na 1ª Foto o meu primo Toninho. Ele não é louco não. A foto foi tirada na festa de um casamento da família. É claro que tinha bebido um pouco.... Na 2ª um trem daquela época (museu do trem de Baurú)...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ANOS 60 EM ROLÂNDIA - TELEVIZINHO


TELEVIZINHO

Quando o sinal de TV chegou  em Rolândia pelas ondas da TV Coroados, canal 3, foi a maior sensação. Como o preço dos televisores era um absurdo para o maioria da população surgiu o televizinho. Nos primeiros anos eu e meus irmãos assistíamos televisão na casa do nosso amigo Aylton. Um dia chegamos na casa dele para mais uma sessão e o "pau estava comendo" lá dentro. Era briga de marido e mulher. Inicialmente não abriram a porta, mas como era dia do seriado Bonanza insistimos. A dona da casa abriu a porta e aos gritos disse: - "vocês não estão vendo que o ambiente aqui não está bom. Sumam daqui. Voltamos para  casa tristes e chorando por perdermos um episódio do faroeste, da qual éramos fãs. Meus pais se compadeceram de nós e como o meu pai também era fã do Bonanza deu um jeito  e comprou um televisor. Lembro-me até da marca... era Eletronic e era montado pelo saudoso Helmut Ditrich. Vinha com quatro pés de madeira torneada que eram parafusados em baixo do aparelho. Na primeiro dia ficamos na sala assistindo até o final da programação. Só que aí começamos a sofrer igual a vizinha briguenta com os televizinhos. Lembro-me que nos dias dos seriados Bonanza e National Kid  juntavam dezenas de pessoas em nossa casa. Meus tios e primos vinham do sítio e todos se ajeitavam como podiam. Tinha neguinho sentado no colo, no assoalho, na janela. Todos vibravam com as brigas e tiros dos Cartwright, Adam, Little Joe, Ross e Benjamin. Depois de algum tempo a prefeitura instalou um televisor público onde hoje temos aquela imensa árvore "ficheira". Todo o dia na "boca da noite" o funcionário vinha, abria a grade e ligava. Eram centenas de pessoas que vinham de todas as regiões e da zona rural. Era muito divertido, os jovens paqueravam, as crianças brincavam e os adultos conversavam. Ah... dava muito movimento para os pipoqueiros e sorveteiros. Apesar da grana cura era um tempo bom... era um povo feliz... sem vícios... sem drogas... tudo era romântico e divertido. Tenho saudade. JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA-PR.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

HORTAS CASEIRAS NO NORTE DO PARANÁ - ANOS 60 e 70



HORTAS CASEIRAS - ROLÂNDIA - NORTE DO PARANÁ
Antigamente, principalmente nos anos 60 e 70 a maioria das famílias do norte do paraná tinha uma horta caseira no fundo do quintal onde se plantava e colhia alface, almeirão, salsinha, cebolinha, rabanete, cenoura entre outras hortaliças. Eu sempre ajudava a minha mãe com a hortinha dela. O trabalho era "afofar" a terra com o enxadão, cercando os canteiros com taboas ou tijolos. Após era acrescentado estrume de gado seco e curtido. Aí fazíamos pequenos sulcos onde eram depositados as sementes. Para evitar que os pássaros não comessem as mudinhas novas trançávamos barbantes sobre o canteiro. Todo dia, de manhã e a tarde, eu ou um dos outros irmãos tínhamos que aguar os mesmos. A nossa terra aqui é tão fértil que a produção era exagerada. Além de presentearmos os vizinhos e parentes, muitas vezes saíamos com cestos vendendo o produto. Era muito difícil vender, pois quase todos tinham horta em seus quintais. Hoje ainda tenho este bom costume. Em casa tenho quatro canteiros feitos de tijolos (foto anexa) onde colho para o "meu gasto" almeirão, salsinha e cebolinha, sem agrotóxicos. E o melhor, na porta da cozinha. É só colher, lavar e temperar. É uma ótima terapia. Para trabalhar com horta é preciso gostar do contato com a terra (solos). Sempre que posso trago de fora "terra gorda" de matas virgens que é o melhor adubo que existe. Que tal agora fazer a sua hortinha? (CLIQUE NA FOTO) - TEXTO e FOTO de  JOSÉ CARLOS FARINA

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CASA DO SAUDOSO PAULO MOLOGNI - CARAMURÚ

UM DOS FUNDADORES DO CARAMURÚ,  BAIRRO PERTENCENTE A ROLÂNDIA E LONDRINA.
EU IA SEMPRE COM O MEU SAUDOSO PAI JOSÉ FARINA VISITAR O SEU PAULO "BOLONHA", COMO ERA CONHECIDO. GENTE BOA. LÍDER DO LUGAR.

FOTO By  JOSÉ CARLOS FARINA

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

VENDAS ( BARES ) ANTIGOS DO NORTE DO PARANÁ - anos 40 em diante


ESTA É A VENDA DO CARAMURÚ, LOCALIZADA ENTRE ROLÂNDIA E LONDRINA. MEU PAI, JOSÉ FARINA FILHO, MEUS AVÔS JOÃO MARTIN E JOSÉ FARINA E MEUS TIOS ANTONIO E MANOEL FREQUENTARAM ESTA VENDA NOS ANOS 50, 60 e 70. ELA PERMANECE DO MESMO JEITO DESDE A SUA CONSTRUÇÃO HÁ MAIS DE 60 ANOS. TENHO UM VÍDEO NO YOUTEBE SOBRE ESTA E OUTRAS VENDAS ANTIGAS. É SÓ DIGITAR "VENDA ANTIGA FARINA". TENHO TAMBÉM FOTOS DELAS NO SITE "PANORAMIO" ETIQUETAS "ROLÂNDIA".  TEXTO e  FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA

CASA DE SÍTIO NO NORTE DO PARANÁ - anos 40 em diante


Esta é uma típica casa de sítio do norte do paraná nos anos 40 em diante.  Esta está localizada próximo ao Caramurú onde os meus pais e avós viveram. Antes da geada de  1975 todo sítio tinha pelo menos duas casas. A do proprietário e uma outra do porcenteiro. Após a geada restaram poucas casas inteiras na zona rural. Estas casas não tinham forro para a fumaça das lamparinas "vazar" para fora. O porão era aberto onde os cães acabavam deixando pulgas. As táboas dificilmente eram pintadas. 99% tinham fogão caipira com chaminé. Ao lado da casa ficava o paiol de milho, a tuia para armazenar café e cereais, o chiqueirão para criar porcos, o curral para ordenhar a vaca.   Ah!.. não podia faltar um forno caipira feito de barro (para o pão e assados), o terreirão para secar o café e o poço caipira com corda e balde. A casa do meu avô nas proximidades do Pinheirão era bem parecida com esta. Passei muitas férias em um ambiente parecido.  Esta ainda resistiu. TEXTO e FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA.

sábado, 19 de novembro de 2011

John George de Carle Gottheiner, nascido em Rolândia - Pr.


FOLHA1
John George de Carle Gottheiner tinha grande capacidade para idealizar e realizar projetos, em diversas áreas. O paranaense de Rolândia, filho de pai alemão e mãe inglesa, foi um empreendedor.
Seu pai, que trabalhou na Companhia de Terras do Norte do PR, veio ao Brasil antes da Segunda Guerra e se casou por aqui com uma inglesa que conhecera na Europa.
Quando o pai teve câncer, a família se mudou para Ubatuba (SP). John, que havia estudado num colégio alemão em Rio Claro (SP), fez administração na FGV, na capital.
Depois de formado, deu aulas de inglês num cursinho para estudantes que queriam entrar em economia na USP.
Em 1973, após ter sido diretor de um consórcio, fundou a empresa de proteção ao crédito SCI (Segurança ao Crédito e Informações). O negócio, que foi vendido em 1998 para a Equifax, teve 43 filiais espalhadas pelo país e cerca de 1.200 funcionários.
Não parou de investir após a venda da empresa. Foi dono de fazendas de soja no TO e de gado no MS, de uma metalúrgica em Londrina (PR), de uma faculdade (Facesi) em Ibiporã (PR) e da rádio Pantaneira em Anastácio (MS).
Segundo Edgar Monteiro, diretor da metalúrgica, John tinha especial apreço pela educação, algo que adquirira quando professor. Sua faculdade, com 200 alunos, não era "para ganhar dinheiro", conta. Também teve uma fornecedora de kits escolares.
Morreu no sábado, aos 68, em decorrência de um câncer. Teve três filhos. A missa do sétimo dia será hoje, às 16h, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Alphaville, na Grande São Paulo.

sábado, 5 de novembro de 2011

ENTREVISTA COM O PIONEIRO ERWIN FRAGER - ROLÂNDIA - PR.


RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 02/06/1992, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.


ENTREVISTA COM O PIONEIRO JOSÉ GONÇALVES RUIZ - ROLÂNDIA - PR.


RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 02/06/1992, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.




ENTREVISTA COM O PIONEIRO ANGELO ( ANGELIN ) SARTORI - ROLÂNDIA - PR.


RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 25/05/1989, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.
(CLIQUE NA FOTO PARA AUMENTÁ-LA)
ANGELO ( ANGELIN ) SARTORI


ENTREVISTA COM A PIONEIRA ANGELINA LEMOS CHIARATTI - ROLÂNDIA - PR.


RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 24/05/1989, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.



ENTREVISTA COM O PIONEIRO LUIZ CHIARATTI - ROLÂNDIA - PR.

RASCUNHO DO DEPOIMENTO TOMADO POR JOSÉ CARLOS FARINA NO DIA 30/05/1989, DEVIDAMENTE ARQUIVADO NO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ENTREVISTA COM O PIONEIRO JOSÉ FARINA FILHO - ROLÂNDIA - PR.



RASCUNHO DA ENTREVISTA TOMADA POR JOSÉ CARLOS FARINA EM 1989 EM PODER DO MUSEU MUNICIPAL DE ROLÂNDIA-PR.
                                                    (FOTO ACERVO DA FAMÍLIA)                                                     
                                            (CLIQUE NA FOTO PARA AUMENTÁ-LA)


















































quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A VIDA DOS JUDEUS EM ROLÂNDIA - PR.


JORNAL DE LONDRINA


UEL pesquisa história de judeus que fugiram do regime nazista e se refugiaram no norte do Paraná

Entre 1933 e 1941, cem famílias de refugiados do regime nazista na Alemanha vieram para Rolândia (distante 27 km de Londrina) fugidos dos horrores praticados por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. O projeto Etnicidade e Morte, do curso de História da Universidade Estadual de Londrina (UEL), há cinco anos pesquisa as relações de identidade e religiosidade na colônia judaica em Rolândia.
O coordenador do projeto, professor Marco Antônio Neves Soares, afirma que foram gravadas 30 horas de entrevistas. “Trabalhamos também com relatos escritos pelos próprios judeus que se estabeleceram em Rolândia”, diz ele. “Tem as memórias de Ricardo Loeb-Caldenhof, morto na década de 80; de Graf Von Galen; de Susane Behrend e seu irmão Rudolf Stern; de Max Hermann Maier; além de documentos e 90 livros que os refugiados trouxeram da Alemanha.”
O trabalho deve ser concluído em outubro deste ano e já é possível levantar informações importantes que revelam um pouco do que essas famílias viveram num período que envergonhou toda a humanidade. Soares afirma que Rolândia foi descoberta pelos judeus por meio dos ingleses, que vendiam, na Europa, terras do norte do Paraná (Companhia de Terras Norte do Paraná).
Muitos dos judeus que chegaram a Rolândia eram, na Alemanha, grandes juristas, artistas, intelectuais. “Eles também tinham em suas famílias, pessoas de destaque no cenário alemão e mundial”, afirma Soares. Como Susane Behrend, cujo tio foi prêmio Nobel da Química, Fritz Haber; ou Hulda Bielschowsky cujo tio desenvolveu a cirurgia para estrabismo.
O medo de serem descobertos e mandados de volta para a Alemanha, para serem exterminados, levou essas pessoas de alto nível intelectual a fugirem de centros urbanos logo que chegaram ao Brasil. “Eles optaram por virem para um lugar que é quase uma selva e se dedicarem à agricultura, atividade com a qual não tinham nenhum contato na Alemanha”, afirma Soares.
Foi também esse medo um dos motivos, de acordo com o professor, que levou os judeus a não se organizarem como comunidade em Rolândia. A única relação que eles mantinham uns com os outros se dava por meio dos empréstimos de livros.Todos trouxeram muitos livros, a família Stern trouxe dois mil.
Eles se ajudavam, mas não mantiveram relações estreitas, de acordo com Soares. Havia também uma tensão entre os próprios judeus. “Encontramos um certo ressentimento na fala de alguns desses refugiados. Isto porque alguns conseguiram comprar terras e outros foram trabalhar de empregados nessas propriedades.”
Família Stern perdeu quase tudo durante a fuga para Rolândia
A família Stern fugiu da Alemanha em 1939, ainda com as palavras da Gestapo ecoando em suas mentes: “Nosso braço é comprido e vamos pegar vocês em qualquer canto do mundo se disserem o que viram e viveram aqui.” Susanne Stern Behrend, 88 anos, lembra do terror que sentiram durante os anos do holocausto.
Os Stern estão entre as famílias de judeus que se refugiaram em Rolândia. Susanne conta que eram em cinco: ela, os pais, o irmão e a avó, e que foram para a fazenda de um amigo do pai dela. O pai de Susanne tinha se formado em direito na Alemanha e se transformado em dono de serraria.
Na fuga, os Stern perderam quase tudo e entraram no Brasil com pouquíssimo dinheiro. A família chegou sem dinheiro e acompanhada do terror do campo de concentração de Sachsenhausen, em Brandenburgo, onde o pai ficou um mês.
“Não conhecíamos a língua, não tínhamos nada e tínhamos muito medo”, conta Susanne. “Falávamos sempre muito baixo, olhando para todos os lados para nos certificarmos de que ninguém estava nos ouvindo.”
Essas condições eram tão restritivas que os Stern não se relacionavam nem mesmo com os outros judeus que já estavam em Rolândia e que foram chegando depois. “Os judeus estavam pelas fazendas e poucos tinham dinheiro. Vinham para a cidade só para comprar mantimentos e logo voltavam.”
As tradições judaicas não tinham lugar nessa nova vida. “Não mantivemos nenhuma”, conta. “Para formar uma comunidade judaica é preciso 10 homens adultos para fazer uma reza, por exemplo. E os judeus não tinham contato entre si.”
Anos depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, os judeus que chegaram a Rolândia continuaram sem se organizar em comunidade e cultivar suas tradições. Susanne conta que não passou nenhuma delas para seus filhos. “Ficou um machucado tão profundo que eu decidi dar a religião cristã para meus filhos”, afirma. “Ser judeu é uma carga muito pesada.”
Susanne só voltou à Alemanha, com o marido Helmut Behrend, nos anos 80, para conseguir angariar fundos à Apae de Rolândia, da qual o casal foi fundador. “Eu jamais voltaria a morar na Alemanha. Não quero nem ser enterrada lá.”

Relato da imigração judaica em Rolândia por Ricardo Loeb-Caldenhof

Memoiren   é uma longa e detalhada narrativa do estabelecimento de Ricardo Loeb-Caldenhof e de sua esposa Sylvia O. Loeb-Caldenhof  na selva da Gleba Roland. Traz muitas referências do cotidiano da colônia e descreve de maneira minuciosa o  desenvolvimento da cidade e de seus habitantes, imbricado por histórias pessoais. Começou  a ser escrita em 1987 e foi terminada em abril de 1991, ano em que o autor completou 82  anos.  Filho de uma proeminente família judia estabelecida na região de Hamm emigrou para Rolândia em 1938, e dedicou-se às atividades agrícolas em sua Fazenda Belmonte, já  que havia cursado agronomia na Universidade de Bonn. Teve um papel aglutinador entre  os refugiados pelas constantes visitas que fazia aos campos de cultivo e às residências, mas  se sentia menosprezado entre os mais intelectualizados, por achar que estes consideravam a  agricultura um trabalho braçal de homens rústicos e não dedicados à leitura e ao  refinamento. Em sua narrativa, descreve a vida burguesa anterior à ascensão do Partido NacionalSocialista e a importância de sua família no contexto político-militar alemão durante o II  Reich e a República de Weimar. Analisa a deteriorização da situação econômico-social e  familiar da ascensão de Hitler até 1938, quando finalmente resolveu fugir para Rolândia,  onde já estavam pessoas do círculo de relações de sua família. Rememora acontecimentos,  pessoas e discussões, e expõe os motivos que fizeram permanecer no Brasil. A última parte  de suas Memoiren é destinada aos acontecimentos que envolveram a Fazenda Belmonte, desde aumento, manutenção ou queda de produtividade até as viagens pelo Brasil para  conhecer novos cultivares ou novas técnicas de cultivo. FONTES PARA A INVESTIGAÇÃO DAS IDENTIDADES E RELIGIOSIDADES  JUDAICAS LONGE DO JUDAÍSMO INSTITUÍDO: O CASO DE ROLÂNDIA  por Marco Antonio Neves Soares

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

MICHAEL TRAUMANN - PIONEIRO DE ROLÂNDIA - PR.


Quando chegou em Rolândia em 1937 ao lado do pais tinha 12 anos.  Sua família era dona da Fazenda Giugalla localizada na Estrada antiga de Pitangueiras, ao lado da Venda do Belançon. Sua família era muito culta. Pai advogado e mãe cantora de ópera. O pai foi perseguido pelo nazismo, daí a necessidade de emigrar para o Brasil. Com o pai já com meia idade, Michael  ainda muito jovem se sentiu responsável pela família. No final da década de 40 viajou para os Estados Unidos onde conheceu e se casou com Jane Bharthelmes, com quem teve seis filhos (um falecido). Michael sempre foi fiel aos seus amigos. Foi um homem de caráter íntegro, de inteligência brilhante, fora do comum, cumpridor de palavra, sem vaidades. Quando mais jovem era  mais alegre. Com o passar dos anos tornou-se mais sério. Ele escreveu muito, inclusive peças teatrais, na maioria sobre a mitologia grego/romana. As peças de teatro com uso de fantoches foram apresentadas para inúmeras pessoas. Era um conhecedor profundo da Bíblia e durante muitos anos presidiu a comunidade Luterana. Era um ativista comunitário tendo participado por muitos anos da diretoria do Hospital São Rafael e um dos fundadores da Corol. Era um apaixonado por livros. Lia muito, as vezes  até cinco livros por semana. Sempre compartilhava o que aprendeu com familiares e amigos. Sempre dizia que o livro era o melhor amigo do homem por permitir que a imaginação florescesse na mente dos leitores. Ao morrer, a sua biblioteca com cerca de 4.000 volumes foram doados para a Universidade Estadual de Londrina. Foi uma pessoa admirável por todos que tiveram o prazer de conhecê-lo. SUSANNE BEHREND. 
Transcrito por José Carlos Farina.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

COMEÇOU A RECONSTRUÇÃO DO HOTEL ROLÂNDIA






Pelo que li nos jornais começou ontem (dia 29/09) as obras de reconstrução do Hotel Rolândia. Tenho muito interesse em acompanhar de perto estes obras pois fui o único a se interessar em defender sua preservação para as futuras gerações. Se não fosse a Ação Popular ajuizada por mim as madeiras já tinham virado caixaria de construção e móveis. Texto e 1ª foto de JOSÉ CARLOS FARINA

domingo, 11 de setembro de 2011

MINHA INFÂNCIA NA ROÇA NO NORTE DO PARANÁ - by FARINA



TEMPOS FELIZES



Passei a minha infância (anos 60) no Município de Rolândia, norte do Paraná. Como eu tinha os meus avôs, tios e primos morando na zona rural (sítio ) passsava todas as férias com eles. Acordávamos bem cedinho... por volta das 6:00 horas.  Os passarinhos nos acordavam sempre neste horário com a alvorada. Eram bem-te-vis, pássaros pretos, anús, tizil, sanhaços, sabiás, tico-tico e pombinhas... Corríamos para o curral para pegar leite quente com espuma e açucar direto no copo. Depois vínhamos para a cozinha comer pão com toucinho ou pão com torresmo. Logo cedo inventávamos um monte de brincadeiras. Uma delas era caçar passarinhos com estilingue. Pegávamos um embornal... o  colocávamos atravessado no ombro e íamos para o rio pegar seixos (pequenas pedras arrendondadas). Após, entrávamos no pomar ou no cafezal na esperança de abater uma pomba juriti para o almoço. Mas Deus sempre protegeu estas aves. Nunca consegui matar uma sequer. Bom... então armávamos arapucas para pegá-las. Muitas vezes conseguimos pegá-las. Levávamos as pobrezinhas para o meu tio abater. Após tirar as víceras e as penas não sobrava quase nada de carne. No verão, na parte da tarde, íamos quase todo dia nadar no riacho. Era um ribeirão pequeno de águas cristalinas e puras. Podíamos até beber  água diretamente do rio. Como o rio era muito pequeno, tínhamos que represá-lo. Colocávamos pedras, madeiras e barro. Tínhamos muita paciência e tempo. Caprichávamos tanto que muitas vezes conseguíamos até 0.80 centímetros de profundidade. Nossa!... para nós era melhor que piscina. Água limpa e geladinha. Foi assim que aprendi a nadar. Primeiramente estilo "cachorrinho" e depois "braçada". Tenho até hoje na minha mente a delícia daquelas águas "profundas" e geladas.... Muitas vezes levávamos peneira para pescarmos. íamos peneirando a água próximo ao barranco, trazendo para cima, barro, pedras e (quando dava sorte) lambaris e camarões de água doce. Mas, o que mais pegávamos eram carangueiros e girinos (filhotes de sapo). Saíamos sempre também  a passear à cavalo. Meu avô tinha duas éguas, a Serena e a Gaucha. As duas eram negras e tinham manchas brancas na testa. Eram lindas. Eu sempre montava a Gaucha que era mais mansa e o meu primo a Serena que era arisca. As vezes íamos longe. Até o Caramurú. Não havia perigo... Não tinha bandido... Não tinha ladrão... Era um prazer incrível poder respirar aquela brisa com o cheiro da florada dos eucaliptos e flores silvestres. Era tudo tão bonito... aqueles cafezais... os trabalhadores capinando a roça...os cumprimentos... tarde!... dia!... (quase ninguém falava bom dia!.. Boa tarde!...) As vezes apóstavamos corrida. (eu perdia sempre e ainda gritava: - me espera preto (apelido do Toninho).  Ao chegarmos em casa andavámos com as pernas abertas por causa das feridas que se formavam nas nádegas. Era uma cavalgada hoje e um período de descanso de pelo menos uns cinco dias para que as feridas cicatrizassem. Eu, meu primos e irmãos adorávamos também acompanhar meu tio e meu avô em viagens de charrete até a venda do Caramurú. Enquanto o meu tio tomava uma "branquinha" eu e meu primo comíamos sanduiche de mortadela e paçoquinha. Meu tio Manoel tinha quatro cachorros americanos de caça e sempre o acompanhávamos em suas caçadas. Era muito divertido. Quando os cães "levantavam" alguma paca ou cotia começavam a correr e uivar sem parar. Ai nós tínhamos que correr junto para ver o resultado. As vezes corríamos uma manhã inteira e era só frescura dos cachorros. (não tinha bicho nenhum). Eu gostava muito quando chegava visita à noite. Eu e meu primo ficávamos sentados ao lado do fogão caipira à lenha comendo pipoca e o meu tio, avô  e visita ficavam contando causos de assombração. O duro era dormir depois. A gente sempre acreditava naquelas mentiras que eles contavam. Eles sempre falavam assim: - "Não sei se é verdade, mas lá em Barretos, meu avô contava que aparecia uma luzinha depois da meia noite e acompanhava os cavaleiros e suas comitivas". A gente sempre ajudava a avó na capina e limpeza do quintal e do pomar e em troca ela fazia pra nós cural de milho, bolos e outras guloseimas. Fazíamos casas do Tarzan em cima das árvores. Amarrávamos uma corda para subir e descer da árvore. Íamos a uma floresta que havia lá perto atrás de marfim para fazermos arco e flexa. Os arcos eram tão bons que conseguíamos arremessar flexas a mais de 50 metros de distância. Subíamos em eucaliptos finos, e, estando lá em cima, forçávamos o tronco a inclinar até  alcançarmos o chão. À noite em nosso quarto ficávamos contando "estórias" e piadas que ouvíamos dos adultos. Na falta de piadas novas repetíamos as de sempre. E o pior, sempre ríamos do mesmo jeito  (isso é que é solidariedade). Teve uma época que  fazíamos carrinhos com rodas de pau e apostávamos corrida descendo em alta velocidade o carreador do sítio. Muitas vezes o "breque" falhava e acabávamos parando com o "chifre" no barranco. As corridas sempre acabavam em chôro. Um dia resolvermos construir um barco para navegar na represa do meu avô. Usamos um tacho (não deu certo)... usamos a mantimenteira da minha avó (também não deu certo)... Aí o meu tio Mané teve uma feliz ideia. Foi lá no mato e cortou uma árvore de imbaúva que é oca por dentro... juntou dois troncos em forma de "V" e pregou taboinhas... Aí deu certo... Passamos uma tarde deliciosa remando e pescando lambaris na represa. Tenho muitas outras estórias para contar, mas vai ficar para outro oportunidade. Até lá pessoal!...JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO - ROLÂNDIA - PR.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O CABELEREIRO BARBEIRO MAIS ANTIGO DE ROLÂNDIA - By FARINA

SEU ZEZINHO
O CABELEREIRO BARBEIRO MAIS ANTIGO DE ROLÂNDIA - By FARINA
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sábado, 2 de julho de 2011

EM SÃO JOSÉ DOS PINHAIS-PR. PROMOTOR PRESERVA PRÉDIO ANTIGO

EM ROLÂNDIA NÃO TIVE APOIO


O Ministério Público (MP) do Paraná entrou com uma ação civil pública, na última quinta-feira (30), por danos ao patrimônio histórico e cultural contra a prefeitura de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O motivo foi a demolição de um prédio de 135 anos, em 14 maio deste ano. O MP quer que o prédio seja reconstruído e que a prefeitura pague indenização em benefício do Fundo Estadual do Meio Ambiente. O Casarão dos Passos Oliveira chegou a ser sede da prefeitura local. O imóvel foi construído no século 19 e era a única edificação da cidade que ainda tinha uma fachada com a arquitetura neoclássica italiana. No local, a prefeitura pretende construir o Paço Municipal para abrigar secretarias e órgãos municipais que atualmente estão acomodados em locais alugados. O município, que é dono do imóvel desde a década de 80, alega que obedeceu todas as normas legais e administrativas antes da demolição. Histórico. Em agosto de 2010, o jornalista Antônio Bobrowec, morador de São José dos Pinhais, deu entrada em um pedido de tombamento do prédio. Segundo ele, no dia 17 de agosto, após o pedido de tombamento, uma equipe da prefeitura esteve no local e emitiu um relatório informando que o imóvel estava em bom estado de conservação. Em maio deste ano, na época da demolição, a prefeitura emitiu nota oficial desmentindo esse relatório. De acordo com a prefeitura, o processo de tombamento foi indeferido pela Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria Municipal de Cultura em 24 de março e a parte requerente não recorreu da decisão junto ao órgão competente, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, em tempo hábil.  O MP informou que obteve liminar na 1.ª Vara Cível de São José dos Pinhais que determinava o pré-tombamento do prédio e proibia a demolição. Mas a prefeitura conseguiu suspender a liminar no Tribunal de Justiça em 9 de março de 2011 e demoliu o prédio em 14 de maio. Segundo o secretário de Comunicação, Luiz Carlos da Rocha, a demolição foi feita porque o município entendeu que o casarão não tinha valor histórico. Comparando fotografias da casa (antigas e atuais) foi constatado que a versão original não existia mais, porque havia sido objeto de inúmeras reformas, que o descaracterizaram. De acordo com a prefeitura, o restauro custaria R$ 1,36 milhão.  Fonte:  Gazeta do Povo de Curitiba

EM ROLÂNDIA NINGUÉM ME DEU APOIO

Aqui em Rolândia lutei sozinho para preservar o Hotel Rolândia. Se não fosse a minha ação popular as madeiras do hotel já tinham virado lenha.  Nem o pessoal metido a "entendido" em História e turismo me ajudaram.  Não ergueram nem um dedo sequer.  E depois ainda dizem que Rolândia é terra de gente culta... O prefeito foi criado na Suissa e se não fosse a minha ação popular ele tinha deixado o hotel virar lenha sem dó e nem piedade.  Um  Juiz da comarca chegou a falar para mim que o hotel era um monte de madeira velha e que era melhor lembrar dele apenas pelas fotos. MISERICÓRDIA!.... JOSÉ CARLOS FARINA
Obs.: Em um segundo momento, após o ajuizamento da ação foi que obtive apoio de Sabine Geisen, Antenor Ribeiro da Rede Record, Gustavo Parra da Rede Globo, do Jornal de Londrina, da Folha de Londrina, da Tribuna do Vale, Do Blog História com Café, Paçoca com Cebola, Rodrigo Stutz e Audrey Miranda Paiva.

FOTOS ANTIGAS DE ROLÂNDIA - 1955

Prezado José Carlos Farina:
(CLIQUE NAS FOTOS PARA AUMENTÁ-LAS)
Aqui vão as fotos prometidas. Elas foram tiradas numa festa de aniversário, provavelmente em 1955, e mostram o gramado e a varanda da casa. Até onde pude verificar, a casa ficava na atual rua César Albertoni, 204. Era uma casa de madeira escura e dava de fundos para a residência dos Lehman. Na frente tinha um gramado com cinco árvores, cinamonos (?), a entrada do carro era na lateral da casa. Nas fotos aparecem várias crianças (eu sou uma delas) com minha mãe e tias. Há também alguns convidados não identificados.

Um abraço.

Marcos Bonin Villela

Rio de Janeiro - Rj

sexta-feira, 1 de julho de 2011

HOTEL ROLÂNDIA - RELATO DE EUGENIO VICTOR LARIONOFF - 1º PROPRIETÁRIO E CONSTRUTOR DO HOTEL

HISTÓRIA DO HOTEL ROLÂNDIA

 Em 18 de junho de 1934, a Companhia de Terra Norte do Paraná efetuou a venda do  primeiro lote urbano ao Sr. Elmar Kirschnich. Antes disso, porém, já havia vendido lotes rurais a imigrantes japoneses, ainda em 1932. No dia 29 de junho do mesmo ano (1934), teve início a primeira construção do perímetro urbano: o Hotel Rolândia. De propriedade do russo Eugênio Victor Larionoff, funcionário do escritório da Companhia de Terras, em Londrina, foi a primeira de inúmeras construções que se sucederam. O que era para ser apenas um patrimônio, em pouco tempo tornou-se uma vila próspera. Larionoff conta que a idéia de construir um hotel veio de repente, surgiu em sua mente em um momento tão exótico quanto tinha sido sua vida: Assim relatou: "Foi num cemitério. Este porém, pertencia à então humilde povoação de Londrina, durante o enterro de uma senhora ligada à Cia de Terras Norte do Paraná, em abril de 1934. Neste dia, o tempo esteve tão esplêndido, com um céu tão límpido e azul, o ar tão puro e tanta luz solar cintilante e faiscando pelo mundo verde em que vivia, que não consegui concentrar-me na cerimônia fúnebre. A imagem resplandecente e alegre da natureza inundava minha alma toda. De súbito, lembrei-me da informação recebida há poucos dias que logo seria aberta uma clareira, distante uns 21 quilômetros de Londrina, na qual seria fundada pela Cia a sua terceira cidade (Rolândia). Irei construir ali algo notável para aquela época, disse a mim mesmo: um hotel, o Hotel Rolândia." Decidido, na manhã seguinte Larionoff foi falar  com o diretor da colonizadora, Mr. Arthur Thomas, que apoiou de pronto o projeto e abriu uma exceção por reconhecer a grande utilidade de um hotel, que ofereceria hospedagem aos compradores das terras. Seria um grande conforto no meio daquela floresta virgem que permanecia intacta até aquela ocasião. Com recursos próprios, Larionoff adquiriu, dia 20 de junho de 1934, três datas de terras para as futuras instalações do hotel. Logo a planta do hotel estava pronta. A fachada e a disposição interna foram idealizadas por mim, - relata Larionoff - ao passo que a preparação técnica coube ao nosso engenheiro Dr. Ernesto Rosenberger, filho do proprietário do Hotel Luxemburgo, de Londrina, bem como foi assinado o contrato de empreitada com os dois carpinteiros alemães. E assim, no dia 29 de junho de 1934 foi começada a primeira edificação na futura cidade de Rolândia: o meu hotel (lembra o pioneiro). Continuando o seu relato Larionoff recorda: "Às vezes dava um passeio pela área da futura cidade de Rolândia, que não passava de alguns alqueires. A mata silenciosa era como uma cortina verde que cercava toda a área destinada para a cidade. Nesses meus passeios o mundo exterior parecia muito longe e eu sentia-me inteiramente afastado dele. Para me compensar dessa solidão tinha “amigos” que muito admirava, pois nunca os vira antes nem durante a construção da estrada de ferro de Cambará até Jataí enem em Londrina no seu primórdio. Eram os tucanos. Eles me fascinavam. Trabalhava arduamente dia e noite. “Volta e meia ia pela manhã a Rolândia, por ser este o período do dia em que os compradores das terras, acompanhados por agentes, embrenhavam-se na mata a fim de escolher seus lotes.”  À noite, voltava a Londrina para fechar a compra. E sua presença (Larionoff)  era imprescindível, pois era responsável por lavrar as escrituras de compromisso, emitir recibos e receber o dinheiro da primeira parcela. Por falta de um banco na localidade, guardava o dinheiro num cofre e depois o enviava, por trem, para Ourinhos (SP). No final de setembro, a construção do Hotel Rolândia estava terminada. Já haviam começado outras construções na localidade. Dia 1º de outubro de 1934 deu-se a inauguração oficial do hotel, comemorada com um almoço, porém ele só começou a funcionar em novembro. Estiveram presentes à inauguração Mr. Arthur Thomas e Willie Davis (futuro prefeito de Londrina), com suas esposas, além de importantes funcionários da CTNP, como George Craig Smith, Luiz Estrella (arrendatário do Hotel) , Dino Schneider, Carlos de Almeida e Amador B. Merlo e os dois construtores alemães. Larionoff se recorda bem: "Neste  dia tão memorável para mim, hasteei à direita a bandeira brasileira que para mim significava o carinhoso acolhimento que recebi em minha nova pátria, e à esquerda a bandeira tricolor do Império Russo – a bandeira dos Czares confeccionada para mim por uma mulher russa, de Londrina. A previsão constantemente repetida pelos carpinteiros alemães que o hotel tão bem construído por eles duraria cinqüenta anos cumpriu-se inteiramente. Em 1987 Larionoff voltou a Rolândia onde recebeu o Título de Cidadão Honorário, projeto de minha autoria em companhia de Nikolaus Schauff. Em 29 de junho de 1988 Larionoff participou do palanque do primeiro desfile do aniversário de Rolândia com a nova data. JOSÉ CARLOS FARINA - EX-VEREADOR DE ROLÂNDIA

Fonte de pesquisa: Museu municipal de Rolândia, acervo próprio e  Fotografia e memória: 75 anos da história do Hotel Rolândia contada em imagens de Paulo César Boni e Cássia Maria Popolin.